Kyiv denuncia que Rússia está a usar "armas não-nucleares mais pesadas"
As tropas russas estão a utilizar em território ucraniano "armas não-nucleares mais pesadas", como lançadores de foguetes móveis de longo alcance, capazes de transportar ogivas termobáricas, afirmou hoje Mykhailo Podolak, conselheiro do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
O conselheiro publicou um vídeo na rede social Twitter, mostrando o sistema russo 'Solntsepiok' e as ogivas utilizadas, acompanhado por um texto em que explicou que "a Rússia já está a utilizar armas não-nucleares mais pesadas contra a Ucrânia, queimando pessoas".
Segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform, este sistema é uma atualização do antigo modelo de lançamento de foguetes russo, com múltiplos eixos de 220 metros, capaz de utilizar ogivas termobáricas e de ser montado sobre um tanque.
"Talvez seja altura de responder e de nos darem um 'Multiple Launch Rocket System' (MLRS)?", perguntou Podolak, referindo-se aos sistemas de lança-foguetes móveis de longo alcance que alguns países parceiros da Ucrânia não estão dispostos a fornecer, por receio de uma escalada do conflito.
O comentário do conselheiro foi partilhado no mesmo dia em que a rede de televisão norte-americana CNN anunciou que a administração de Joe Biden se prepara para enviar à Ucrânia armas mais avançadas do que as que tem vindo a fornecer até ao momento.
Citando funcionários governamentais, a CNN avançou que o Governo norte-americano poderá anunciar já na próxima semana quando enviará o armamento, mais conhecido como MLRS, à Ucrânia como parte de um pacto mais amplo de assistência militar para o país se defender contra as tropas russas.
O 'High Mobility Artillery Rocket System' (HIMARS), da mesma família que os MLRS, mas mais leve, é outro lança-foguetes avançado de longo alcance solicitado pelas autoridades ucranianas e que Washington poderá enviar para o país.
Até agora, os modelos utilizados pela Ucrânia têm um alcance muito mais curto do que os MLRS o HIMARS, e que permitiriam aos ucranianos atacar mais facilmente os alvos da Rússia.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU já confirmou que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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