Hamas ameaça com guerra se Israel "passar as linhas vermelhas" no domingo
O grupo islâmico Hamas ameaçou hoje Israel com "uma guerra regional" se forem "cruzadas linhas vermelhas" em Jerusalém no domingo, quando milhares de israelitas de extrema-direita planeiam realizar uma marcha para comemorar a reunificação da cidade em 1967.
© Lusa
Mundo Israel
O evento, conhecido como a "Marcha das Bandeiras", foi, no ano passado, o gatilho que levou à escalada da guerra com Gaza, depois de o Hamas e milícias palestinianas do enclave terem lançado foguetes em direção a Jerusalém em resposta ao desfile de extrema-direita.
A marcha de 2022 está marcada para o próximo domingo e Israel já aumentou o nível do seu estado de alerta face à tensão.
Por um lado, o Exército israelita mantém pronta a defesa antiaérea Iron Dome, um importante sistema que intercetou grande parte dos foguetes disparados de Gaza no ano passado.
Além disso, a polícia israelita iniciou os preparativos de segurança, ativou um estado de alerta máximo e vai enviar para o local cerca de 3.000 agentes e várias companhias de reservas.
"Seguimos as ações israelitas no terreno e, se as linhas vermelhas forem ultrapassadas, a resistência [palestiniana] lutará para proteger os nossos santuários", alertou Ismail Radwan, chefe do Hamas em Gaza, controlada de facto pelo movimento islâmico desde 2007.
Para já, a marcha deverá seguir o seu percurso habitual, passando pela Porta de Damasco, uma das principais entradas da Cidade Velha de Jerusalém, e continuando pelo seu bairro muçulmano até ao Muro das Lamentações, principal local de culto do judaísmo.
Os congregados celebram a data - de acordo com o calendário hebraico - em que Israel assumiu o controlo de Jerusalém oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, entoando cânticos nacionalistas e fazendo proclamações típicas da extrema-direita israelita, como "Morte aos árabes".
O evento, realizado há décadas - no ano passado teve de ser cancelado a meio devido a foguetes disparados de Gaza -, é visto como uma provocação para a população palestiniana, que vê essa mesma data de 1967 como o início da ocupação.
O Hamas tem, por isso, instado os palestinianos a marchar no domingo na Esplanada das Mesquitas - o terceiro lugar mais sagrado do Islão, também na Cidade Velha de Jerusalém - e a rezar ali a primeira oração do amanhecer sob o lema "Eles não vão hastear bandeiras israelitas".
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