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Argentina renova notas de uma das moedas mais desvalorizadas do mundo

O Governo da Argentina anunciou que vai renovar o desenho das notas do peso, uma das moedas mais desvalorizadas do mundo e um "instrumento de política económica", depois de o Presidente argentino, Alberto Fernández, ter assegurado procurar a reeleição.

Argentina renova notas de uma das moedas mais desvalorizadas do mundo
Notícias ao Minuto

06:27 - 24/05/22 por Lusa

Mundo Alberto Fernández

As novas notas, que deverão entrar em circulação dentro de seis meses, vão incorporar no seu desenho as figuras de heróis, heroínas e outras personalidades da história argentina, substituindo os animais nativos que haviam sido incluídos em 2016.

Assim, as novas notas apresentarão os rostos dos heróis da Independência José de San Martín, Manuel Belgrano, Martín Miguel de Güemes, Juana Azurduy e María Remedios del Valle, e também o de María Eva Duarte de Perón, "Evita", segunda mulher do ex-presidente argentino Juan Domingo Perón.

"A moeda é um grande instrumento para que todos os dias nos lembremos daqueles que fizeram o país em que vivemos, que deram tudo pelo país em que vivemos, homens e mulheres imensos, transcendentais, que não podemos esquecer", disse o chefe de Estado, na apresentação das novas notas.

As novas notas, que coexistirão com as atuais em circulação, não vão acrescentar cópias de valor superior à atual, cujo valor máximo é de 1.000 pesos (cerca de 7,49 euros).

A renovação foi questionada por economistas e opositores, que se manifestaram contra o custo de impressão e ao fato de que notas de maior valor não são incorporadas devido à forte desvalorização que o peso argentino sofreu nos últimos anos.

"A moeda é, acima de tudo, também um símbolo de soberania e é um instrumento de política económica do qual nunca abriremos mão, apesar de que muitas vezes alguns quiseram que a deixássemos", observou Alberto Fernández, cujo Governo é contra a adoção do dólar norte-americano, instrumento tradicional de refúgio na Argentina, como moeda do país sul-americano.

O peso conversível substituiu o austral como moeda do país e começou a circular em 01 de janeiro de 1992 a partir da lei que em março de 1991 havia fixado a paridade entre a moeda nacional e o dólar, como parte das medidas promovidas pelo então ministro da Economia, Domingo Cavallo, para pôr fim à hiperinflação de 1989-1990 e à retumbante desvalorização do austral.

O peso conversível foi equivalente a um dólar americano durante uma década, mas com o tempo e as crises recorrentes no país sul-americano desvalorizou e atualmente não vale meio cêntimo da moeda dos Estados Unidos.

Com o tempo, a desvalorização do peso obrigou o Banco Central a incorporar notas de maior valor: em junho de 2016, a nota de 500 pesos entrou em circulação e, em dezembro de 2017, a nota de 1.000 pesos, então equivalente a 55 dólares e que hoje são suficientes apenas para comprar 4,8 dólares no mercado informal.

De acordo com o Observatório de Moedas publicado semanalmente pelo economista americano Steve Hanke, da Universidade Johns Hopkins, o peso argentino, com uma desvalorização de 62,16% desde o início de 2020, é a sexta moeda mais desvalorizada do mundo em relação ao dólar norte-americano, um 'ranking' liderado pelas moedas da Venezuela, Zimbábue, Líbano, Sudão e Síria.

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