Bielorrússia: Justiça abre inquérito a responsáveis de media da oposição
O Comité de Investigação da Bielorrússia abriu uma investigação contra dois responsáveis do Nexta, órgão de comunicação com ligações à oposição bielorrussa e classificado por Minsk como "organização terrorista", avançou hoje a agência de notícias local Belta.
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Mundo Bielorrússia
Moscovo, 20 mai 2022 (Lusa) - O Comité de Investigação da Bielorrússia abriu uma investigação contra dois responsáveis do Nexta, órgão de comunicação com ligações à oposição bielorrussa e classificado por Minsk como "organização terrorista", avançou hoje a agência de notícias local Belta.
Esta investigação tem como alvo Stepan Putilo, cofundador do canal transmitido através das redes sociais YouTube e Telegram, e Ian Roudik, outro responsável do Nexta, ambos a viver no exílio.
O Nexta desempenhou um papel fundamental na mobilização do histórico movimento de protesto contra a reeleição do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, em agosto de 2020, o que desencadeou a sua proibição no país e a sua classificação como "organização terrorista" pelo Supremo Tribunal da Bielorrússia.
O Comité de Investigação acusa os dois homens de tentarem "desestabilizar" a Bielorrússia, controlada com mão de ferro por Lukashenko, no poder desde 1994.
O outro cofundador e ex-diretor do Nexta, Roman Protassevitch, foi detido em maio de 2021, juntamente com a sua companheira Sofia Sapega, quando o voo em que viajava, de Atenas para Vilnius, foi intercetado por um caça bielorrusso, provocando protestos internacionais.
Protassevitch está atualmente em prisão domiciliária a aguardar julgamento, enquanto a sua companheira foi condenada a seis anos de prisão.
Na quarta-feira, a Bielorrússia publicou um decreto que introduz a pena de morte para quem prepare um ataque ou "tente realizar um ato de terrorismo", o que representa um endurecimento das medidas de combate à oposição, como defendeu hoje a líder da oposição exilada na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaia.
A organização de defesa de direitos humanos Viasna, que tem vários dos seus responsáveis detidos, contabiliza atualmente a existência de mais de 1.000 presos políticos no país.
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