Kremlin estava preparado para crise alimentar antes da invasão

O Kremlin disse esta quinta-feira que a Rússia estava preparada desde o final de 2021 para a crise alimentar que atingiu o mundo com a eclosão do conflito na Ucrânia em fevereiro de 2022.

O jornal de investigação russo Novaya Gazeta, um dos símbolos da imprensa independente na Rússia, disse hoje que foi derramado um produto químico desconhecido na entrada da sua redação, em Moscovo, já anteriormente alvo de ataques.

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Lusa
19/05/2022 15:56 ‧ 19/05/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

O conselheiro do Kremlin Maxim Orechkine revelou a um fórum de jovens em Moscovo que "a principal causa da fome mundial que vai ocorrer este ano são as medidas económicas irrefletidas dos Estados Unidos e da União Europeia", referindo-se às sanções que atingiram a Rússia, minando a sua capacidade de exportar fertilizantes e trigo.

O responsável, citado pelas agências russas, sublinhou que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha preparado o país para as consequências de uma crise alimentar mundial já no final de 2021, ou seja, antes da ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, que Moscovo negou estar a preparar na altura, quando os receios de um conflito já faziam disparar os preços mundiais dos alimentos.

"Vladimir Vladimirovitch [Putin] compreendeu que estas questões [alimentares] poderiam afetar a Rússia. Assim, já no final do ano passado, começámos a preparar ativamente a Rússia para a fome mundial", vincou.

Na altura, a Rússia enfrentava a inflação dos preços dos alimentos e introduziu restrições ou impostos sobre as exportações de cereais, petróleo e fertilizantes.

"Isto permite-nos estar confiantes", disse esta quinta-feira Orechkine.

Segundo Moscovo, não foi a invasão do seu exército à Ucrânia -- um dos maiores exportadores de trigo no mundo -- que causou uma crise alimentar, mas sim as sanções ocidentais em retaliação à ofensiva russa.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, das quais mais de 6,3 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Alargamento da NATO? "Não é invulgar ter opiniões diferentes"

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