Na terça-feira de manhã, "a agitação causada pelos mineiros de ouro na empresa mineira Houndé Gold Operation (HGO) na província de Tuy causou danos materiais significativos e paralisou toda a cidade", disse à agência France-Presse um trabalhador da mina, localizada em Houndé, sob condição de anonimato.
"Os manifestantes invadiram as instalações da mina (...). Mais de uma centena de veículos e maquinaria pesada pertencentes à mina e aos trabalhadores foram completamente queimados pelos manifestantes", acrescentou.
Estes atos violentos ocorreram no seguimento de uma ordem de expulsão dos mineiros de ouro ilegais que operavam nas proximidades da mina, afirmou.
Um funcionário da mina confirmou o incidente, explicando que "várias centenas de manifestantes invadiram a mina e saquearam escritórios, maquinaria e a fábrica". "Existem lesões menores. O trabalho foi interrompido e a situação está a ser avaliada", acrescentou.
Vários residentes de Houndé, contactados desde Ouagadougou pela agência noticiosa, disseram que os protestos tinham paralisado a cidade, que encerrou a câmara municipal, o mercado e as lojas. A calma regressou hoje de manhã.
Em produção desde 2017, as empresas Hounde Gold, uma subsidiária do grupo canadiano Endeavour Mining, empregam mil trabalhadores. O grupo também explora várias outras minas no Burkina Faso.
Os incidentes são frequentes em locais de ouro no Burkina Faso, onde as populações das localidades onde estas minas estão localizadas consideram que os benefícios para as comunidades locais são muito baixos.
Com cerca de 70 toneladas por ano, e 17 minas industriais, a produção de ouro tornou-se o principal produto de exportação do Burkina Faso nos últimos 12 anos, à frente do algodão.
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