Meteorologia

  • 16 ABRIL 2024
Tempo
26º
MIN 13º MÁX 26º

Relatório conclui que EUA não cometeram erros no ataque a Baguz, na Síria

O Pentágono concluiu que os Estados Unidos não cometeram qualquer erro durante o ataque, em 2019, contra a cidade síria de Baguz, onde dezenas de pessoas morreram na última etapa da ofensiva contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Relatório conclui que EUA não cometeram erros no ataque a Baguz, na Síria
Notícias ao Minuto

23:57 - 17/05/22 por Lusa

Mundo Civis

Segundo um resumo de uma investigação interna, liderada pelo general Michael Garrett e divulgada esta terça-feira, o Estado Islâmico (EI) tinha lançado um contra-ataque bem-sucedido, em 18 de março de 2019, contra as Forças Democráticas Sírias (FSD), uma aliança armada liderada pelos curdos e apoiada por Washington.

Consequentemente, o FSD solicitou a ajuda da coligação internacional, liderada pelos EUA.

O comandante norte-americano no terreno recebeu "repetidas confirmações de que não havia civis nas áreas bombardeadas" e autorizou os ataques aéreos, segundo o relatório do Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano.

No entanto, o documento destaca que "sem o conhecimento" do comandante no terreno, "havia civis dentro do raio da explosão", o que resultou em baixas não militares.

Michael Garrett, chefe do Comando da Força Aérea dos Estados Unidos, referiu que, na sua avaliação, não encontrou nenhuma violação da lei de guerra ou qualquer tipo de infração.

Mesmo assim, o general encontrou falhas na investigação preliminar que foi realizada antes da sua, sendo que reportou essas lacunas aos seus superiores.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, referiu aos jornalistas esta terça-feira que Michael Garrett transmitiu a sua "deceção" pelo facto de alguns prazos não terem sido cumpridos e de terem sido aceites informações deficientes naquela investigação preliminar, o que impediu uma "avaliação completa" de ser feita durante meses.

Na altura, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou a morte de doze civis, cinco menores e sete mulheres, após o bombardeamento da coligação internacional, enquanto a Sana, a agência de notícias estatal da Síria, reportou a existência de dez mortos.

Mais tarde, os 'media' norte-americanos elevaram o número de vítimas para 80.

Uma investigação do The New York Times, publicada em novembro, recolheu alegações de que oficiais militares e civis dos EUA podem ter ocultado o número real de mortos naquele bombardeamento.

Segundo o jornal, o número de mortos era claro desde o início para os comandantes norte-americanos, mas o FSD realizou manobras para ocultar esse número.

O inspetor-geral do Departamento de Defesa, uma figura independente, lançou investigações sobre o assunto, mas o seu relatório final foi travado e qualquer menção ao bombardeamento foi removida, segundo o The New York Times.

Depois, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, determinou uma investigação independente, liderada por Garrett desde o final de novembro.

O conflito na Síria resultou até agora na morte de quase 610 mil pessoas e numa grave crise humanitária.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais, e a ascensão de extremistas islâmicos.

Apesar de derrota, o Estado Islâmico tem conseguido perpetrar ataques mortais através de células adormecidas, principalmente no vasto deserto no centro do país, onde realiza constantes emboscadas contra forças pró-governo.

Leia Também: Cinco pessoas morreram na Síria após ataques com mísseis de Israel

Recomendados para si

;
Campo obrigatório