Argélia prende opositor por apelar a protestos pacíficos
O político da oposição e ex-candidato à presidência da Argélia em 2019 Rachid Nekkaz foi preso hoje, juntamente com o advogado e outro ativista, por apelar a ações pacíficas de protesto, informaram organizações de direitos humanos no país.
© Photo by RYAD KRAMDI/AFP via Getty Images
Mundo Argélia
O Comité Nacional para a Liberdade dos Detidos (CNLD), por motivos políticos, especificou que o mandado de prisão foi expedido depois de um protesto ter sido convocado em frente à prisão de Chlef, que incluiu a distribuição de panfletos, para exigir a libertação de "presos políticos", nomeadamente detidos por participação no movimento de oposição pró-democracia Hirak, de base popular.
O tribunal da cidade de Chlef, a oeste de Argel, também ordenou esta medida contra o advogado Abdelkader Chohra e o ativista Hamza Djabri, acrescentou a mesma fonte.
Conhecido por defender o uso do véu islâmico na Europa, Nekkaz, descendente de franceses, foi detido em dezembro de 2019 no aeroporto de Argel ao regressar da cidade espanhola de Alicante, onde mantém laços e contactos estreitos.
O político, que organizou manifestações e ações em França e na Argélia contra importantes políticos argelinos que acusa de corrupção, foi condenado por "incitação ao porte de armas contra funcionários do Estado, incitação a reuniões desarmadas e publicação no Facebook de informações que poderiam prejudicar o interesse nacional".
Nekkaz está em liberdade desde 19 de fevereiro de 2021, data em que o presidente da Argélia, Abdelmedjid Tebboune, concedeu indulto a vários detidos de Hirak.
Lançado em 22 de fevereiro de 2019, o Movimento Hirak, uma iniciativa de protesto popular sem precedentes na Argélia, pressionou o presidente Abdelaziz Bouteflika - que esteve no poder durante duas décadas - a renunciar ao cargo, em abril desse ano.
As manifestações do movimento mantiveram-se, porém, com uma regularidade semanal, durante um ano, até a pandemia de covid-19 levar à sua suspensão.
Segundo o CNLD, cerca de 300 pessoas continuam presas na Argélia em ligação com o Hirak ou com a defesa das liberdades individuais.
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