UE pede à Somália que se centre na reconciliação em dia de presidenciais
O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, pediu hoje à Somália para se centrar na reconciliação e na paz, no dia em que os legisladores elegem finalmente um novo Presidente.
© Lusa
Mundo Somália
"Esperamos que as eleições presidenciais na Somália sejam pacíficas", escreveu Borrell, numa mensagem publicada na rede social Twitter, acrescentando que "a nomeação de um novo Presidente finalizará o processo eleitoral, que se atrasou muito".
"Chegou a hora de os dirigentes da Somália se centrarem na reconciliação e na consolidação da paz", concluiu.
O Presidente cessante, Mohammed Abdullahi Mohammed 'Farmaajo', concorre hoje a um segundo mandato, numas eleições tão decisivas como esperadas.
Os 329 legisladores das duas câmaras do Parlamento vão proceder à eleição do próximo chefe de Estado na zona blindada do aeroporto internacional de Mogadíscio, sob estritas medidas de segurança para impedir atentados.
Looking forward to a peaceful Presidential election #Somalia on 15 May.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) May 15, 2022
The nomination of a new President will finalise the seriously delayed electoral process.
High time for Somalia’s leadership to focus on reconciliation and peacebuilding #AUEU
A votação foi adiada várias vezes desde 2021 por disputas políticas, discrepâncias entre clãs e acusações de irregularidades, que atrasaram também as eleições dos 54 membros do Senado e dos 275 deputados da Câmara Baixa.
Este atraso provocou a indignação dos parceiros internacionais da Somália, que exigiram várias vezes ao país que cumprisse os calendários eleitorais, enquanto o Fundo Monetário Internacional ameaçou retirar o seu apoio se as eleições não se realizassem até 17 de maio.
A Somália vive em conflito e caos desde que, em 1991, foi derrubado o ditador Mohamed Siad Barre, o que deixou o país sem Governo efetivo e nas mãos de senhores da guerra e milícias islamitas.
Além disso, o país vive hoje a pior seca dos últimos 40 anos, pelo que cerca de 7,7 milhões dos 17 mil habitantes do país vivem em insegurança alimentar.
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