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Assembleia da Irlanda do Norte suspensa após bloqueio unionista

A Assembleia da Irlanda do Norte falhou hoje a eleição de um novo presidente, impedindo o início dos trabalhos parlamentares após as eleições de 5 de maio, devido ao boicote do Partido Democrata Unionista (DUP). 

Assembleia da Irlanda do Norte suspensa após bloqueio unionista
Notícias ao Minuto

16:58 - 13/05/22 por Lusa

Mundo Irlanda do Norte

Apesar de os 25 deputados do DUP terem tomado posse, o partido recusou eleger um presidente do Parlamento, bloqueando também a formação de um Governo autónomo, cumprindo as ameaças feitas nos últimos dias.

Mike Nesbitt, do Ulster Unionist Party, e Patrick Maglone, do Social Democratic and Labour Party, foram nomeados, mas não nenhum obteve o apoio necessário nas votações realizadas. 

"A Assembleia não conseguiu eleger o Presidente hoje e, portanto, não podemos conduzir nosso primeiro item de negócios. Portanto, não podemos prosseguir", concluiu o atual presidente, Alex Maskey, eleito em 2020.

A Assembleia é formada por 90 deputados, a maioria dos quais (27) do partido republicano Sinn Féin, seguido pelo DUP, Aliança (17), UUP (nove) e SDLP (oito). 

Os quatro assentos restantes são de independentes ou pequenos partidos. 

Os unionistas recusam viabilizar um novo executivo enquanto não houver alterações ao Protocolo da Irlanda do Norte, que regula o território depois da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o qual consideram que cria barreiras económicas e políticas com o resto do país.  

"A fronteira do Mar da Irlanda danificou substancialmente o Acordo de Belfast. Mudou a nossa relação com o Reino Unido. E nenhum unionista eleito para esta Assembleia apoia o Protocolo da Irlanda do Norte. Nós não consentimos. Essa é uma pedra angular fundamental do Acordo de Belfast, o princípio do consentimento", afirmou o ex-primeiro-ministro norte-irlandês, Paul Givan, do DUP.

Os acordos de paz de 1998 assinados para acabar com o conflito sectário que durou três décadas e resultou em mais de 3.500 mortos determinam que o poder seja partilhado entre republicanos, favoráveis à reunificação política da ilha, e 'unionistas' leais à manutenção sob a coroa britânica.

A vice-presidente do Sinn Féin, Michelle O'Neill, acusou o DUP de "travar a democracia, punir o público e boicotar esta assembleia e executivo".

"As pessoas e as empresas querem ter confiança e esperança para o futuro. Está na hora de olhar para frente, não para trás", urgiu.

A líder do partido Aliança, Naomi Long, que é neutro no conflito entre unionistas e republicanos, faz campanha contra o 'Brexit', mas é favorável ao Protocolo, aceitou que existem problemas e que estes devem ser resolvidos. 

"Mas nada que o Protocolo faça para prejudicar a Irlanda do Norte será ajudado pela falta de um governo funcional", disse, criticando a atitude do DUP.

Para Long, "virem aqui para assinarem o registo de presença, receberem salários e depois recusarem a ocupar os assentos é uma chapada na cara de todas as famílias que lutam para sobreviver, de cada pessoa que está nas listas de espera" dos hospitais.

Vários membros do Governo, incluindo o primeiro-ministro, Boris Johnson, aludiram esta semana à intenção de suspender unilateralmente o Protocolo, apesar do risco de retaliação da UE. 

Segundo a comunicação social britânica, a nova legislação com poderes para suspender o Protocolo poderá ser introduzida na próxima semana, embora tenha um longo caminho pela frente até ser aprovada e promulgada. 

Os partidos têm seis meses para formarem um Governo regional, senão poderão ser convocadas novas eleições ou o poder ser transferido para Londres, como aconteceu durante o impasse entre 2017 e 2020.

Leia Também: Brexit: Unionistas continuam a bloquear governo na Irlanda do Norte

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