Suécia vê vantagens na adesão à NATO para segurança no Norte da Europa
As autoridades suecas consideram que a adesão da Suécia à NATO reduzirá o risco de conflito no Norte da Europa, segundo o relatório oficial apresentado hoje sobre a possível entrada do país na Aliança Atlântica.
© Denis Zuberi/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
"A adesão da Suécia à NATO elevaria o limiar [de desencadeamento] de conflitos militares e teria, assim, um efeito dissuasor no Norte da Europa", conclui a revisão estratégica, preparada pelo Governo e pelos partidos no parlamento, citado pela agência francesa AFP.
"A nossa opinião é que não sofreríamos um ataque militar convencional em resposta a uma possível adesão à NATO", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Ann Linde.
No entanto, Linde reiterou a posição atual do Governo de que não se pode excluir um ataque militar ao país.
No relatório, de 40 páginas, não são feitas quaisquer recomendações, mas são referidas vantagens de a Suécia aderir à NATO com a vizinha Finlândia, que deverá oficializar a sua candidatura no domingo.
Enquanto Moscovo ameaça a Finlândia e a Suécia com consequências em caso de adesão, o relatório do Governo e dos partidos considera altamente improvável um ataque armado, mas reconhece que provocações e retaliações russas "não podem ser excluídas".
Os autores do relatório concluem também que, como não membro da NATO, a Suécia não tem atualmente garantias de assistência em caso de agressão.
"No quadro atual (...) não há garantia de que a Suécia seria ajudada se fosse alvo de uma ameaça ou ataque grave", lê-se no documento.
A entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte permite à Suécia ser defendida pela NATO em caso de um ataque militar.
Numa mudança histórica na sua posição, o partido social-democrata no poder na Suécia deverá decidir, no domingo, se apoia ou não a adesão à NATO.
Uma aprovação do partido da primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, abriria o caminho para um anúncio antecipado de uma candidatura da Suécia.
A Finlândia deverá tornar oficial a sua decisão no domingo, mas o seu Presidente, Sauli Niinistö, e a primeira-ministra, Sanna Marin, já disseram que apoiam a adesão "sem demora".
"Ser membro da NATO vai reforçar a segurança da Finlândia. Como membro da NATO, a Finlândia vai reforçar a aliança no seu conjunto. A Finlândia deve ser candidata à adesão à NATO sem demora", afirmaram Niinistö e Marin, num comunicado conjunto divulgado na quinta-feira.
Em reação, a Rússia avisou a Finlândia de que será forçada a tomar medidas de retaliação, "tanto técnico-militares como outras" se se concretizar a entrada na NATO.
A ponderação sobre uma adesão à NATO, que significará o abandono da política histórica de não-alinhamento dos dois países nórdicos, surgiu no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
Antes da invasão, a Rússia exigiu à NATO a proibição da entrada da Ucrânia e o recuo de tropas e armamento dos aliados para as posições de 1997, antes do alargamento a leste.
Tais exigências foram recusadas pelos 30 membros da NATO.
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