Brexit: Unionistas continuam a bloquear governo na Irlanda do Norte
O Partido Democrata Unionista (DUP), a segunda força da Irlanda do Norte, vai esperar para ver o que o Governo britânico vai fazer sobre as regras pós-Brexit antes de decidir se vai integrar o executivo regional.
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Mundo Brexit
"Não o faremos até saber o que o Governo vai fazer, quando será feito e que impacto terá", disse o deputado do DUP Sammy Wilson à rádio BBC Ulster.
Um dos pilares dos acordos de paz de 1998, que pôs fim a um conflito violento e sangrento que durou décadas, é que o poder na Irlanda do Norte tem de ser partilhado entre os principais partidos - unionista, leais à coroa britânica, e republicano.
O partido republicano Sinn Féin ganhou pela primeira vez as eleições regionais, tendo direito a nomear o primeiro-ministro, enquanto o DUP fica com a posição de vice primeiro-ministro.
Além de bloquear a formação de um governo autónomo da Irlanda do Norte, o DUP também deixou em aberto se vai ou não votar na eleição de um novo presidente na Assembleia, o que também pode inviabilizar o funcionamento daquela instituição.
Sem um presidente da Assembleia e um Governo, o Parlamento de Stormont pode continuar a funcionar interinamente com os ministros do executivo anterior para responder às necessidades da região por um período máximo de seis meses.
Após esse período, o Governo britânico poderá convocar novas eleições ou propor outras soluções para resolver a crise constitucional, incluindo administrar diretamente a região.
O DUP quer ver revogado o Protocolo da Irlanda do Norte, parte do Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), o qual considera prejudicar as relações económicas e comerciais com o resto do Reino Unido.
A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, disse hoje que o Protocolo ameaça a paz e estabilidade na região porque "tornou-se o maior obstáculo para a formação de um executivo".
Se Bruxelas não ceder, Londres "não tem escolha senão atuar", reiterou, uma referência à possibilidade de revogar o acordo.
A Comissão Europeia criticou o Reino Unido por "enveredar pelo caminho da ação unilateral" , exortando o executivo britânico a um "trabalho construtivo" com Bruxelas.
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