Lavrov discute exportação de gás para Europa com Argélia

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, vai visitar hoje a Argélia, importante aliada de Moscovo, exportadora de gás e cada vez mais procurada por uma Europa que quer reduzir a sua dependência do gás russo.

ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov

© Getty Imagens

Lusa
10/05/2022 11:28 ‧ 10/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Lavrov chegou a Argel na noite de segunda-feira e deverá encontrar-se hoje com o seu homólogo argelino, Ramtane Lamamra, e depois com o Presidente, Abdelmadjid Tebboune, segundo avança a imprensa local.

A visita, a primeira de Lavrov à Argélia desde janeiro de 2019, coincide com o 60º. aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a Rússia e a Argélia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, falou, em 18 de abril, ao telefone com Tebboune para discutir, nomeadamente, "a coordenação dentro da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados) e a situação na Ucrânia", de acordo com a agência oficial russa TASS.

A Argélia, um dos principais exportadores de gás do mundo, fornece cerca de 11% do gás consumido na Europa, enquanto a Rússia é responsável pelo fornecimento de 47%.

Vários países que querem reduzir a sua dependência da energia russa, na sequência da invasão da Ucrânia, voltaram-se para a Argélia, apesar de se tratar de um país aliado de Moscovo.

No entanto, Argel tem uma capacidade muito limitada de aumentar suas exportações.

A Comissão Europeia apresentou, na quarta-feira passada, uma proposta aos 27 Estados-membros que prevê a cessação das importações de petróleo bruto russo no prazo de seis meses e de produtos refinados, em particular o gasóleo, até ao final de 2022.

Em causa está um sexto e novo pacote de sanções contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia, no final de fevereiro passado, após a Comissão Europeia ter abrangido, no anterior conjunto de medidas restritivas, a proibição da importação de carvão.

A sanção necessita, no entanto, de aprovação unânime dos 27 Estados-membros, mas a Hungria tem estado a bloquear a decisão.

Ainda assim, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu na segunda-feira, após uma reunião com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, sobre "segurança energética" , que foram feitos progressos relativamente à questão.

"Fizemos progressos, mas vai ser necessário mais trabalho", disse Von der Leyen, anunciando a próxima realização de uma videoconferência "com outros atores da região" para "reforçar a cooperação regional nas infraestruturas petrolíferas".

Sendo um país dependente dos hidrocarbonetos russos, a Hungria está a pedir aos seus parceiros europeus garantias sobre o seu fornecimento de energia para concordar com um sexto pacote sanções contra Moscovo, incluindo a suspensão das compras de petróleo da Rússia.

"A Hungria não vai dar o seu consentimento à proposta de sanções da Comissão contra a Rússia, porque é um problema para nós e não oferece uma solução", declarou o chefe de diplomacia húngara, Peter Szijjarto, citado hoje pelo porta-voz do Governo, Zoltan Kovacs.

A proposta da Comissão teria o efeito de "uma bomba atómica para a economia da Hungria e destruir o nosso fornecimento energético estável", explicou.

A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da União Europeia face à Rússia, já que este país também é responsável pelo fornecimento à Europa de 25% do petróleo e 45% do carvão.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Putin pediu desculpas a Israel por comentários de Lavrov sobre Hitler

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