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Homem processa hospital de Los Angeles por racismo

Charles Johnson IV acusa médicos de deixarem a mulher morrer por ser negra.

Homem processa hospital de Los Angeles por racismo
Notícias ao Minuto

18:18 - 09/05/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Racismo

Um homem vai processar um hospital, na cidade norte-americana de Los Angeles, acusando a instituição de uma cultura de racismo que levou à morte da mulher por hemorragia interna, depois de dar à luz o segundo filho do casal.

Segundo Charles Johnson IV, citado pela NBC, a mulher, Kira Dixon Johnson, morreu 12 horas depois de uma cesariana que durou apenas 17 minutos, no Centro Médico Cedars-Sinai.

O relato de Charles Johnson, que remonta a 2016, descreve um cenário doloroso. Depois da operação, e apesar de demonstrar sinais de uma hemorragia interna, os médicos não consideraram que a sua situação fosse prioritária e recusaram que a mulher fosse novamente internada.

Kira Dixon Johnson morreu com quase 90% do seu sangue concentrado na barriga. A autopsia também revelou uma rutura na bexiga, por consequência do parto, que não foi adequadamente tratada.

Charles Johnson IV considera que houve uma enorme disparidade no tratamento que o tribunal dá a mulheres negras em relação a mulheres brancas, afirmando numa conferência de imprensa, no domingo, na qual anunciou o processo, que não tem "qualquer dúvida" de que a esposa "estaria viva para celebrar o Dia da Mãe se fosse uma mulher caucasiana".

"A realidade é que no dia 12 de abril de 2016, quando entramos no hospital Cedars-Sinai para o que esperávamos ser o dia mais feliz das nossas vidas, o maior fator de risco que a Kira Dixon Johnson enfrentou foi o racismo", disse.

Nos anos que se seguiram, Charles Johnson IV tornou a sua história num exemplo do racismo em instituições de saúde, especialmente em obstetrícia.

O advogado, Nicholas Rowley, contou à NBC que a morte de Kira foi "desleixada" e uma "carnificina", e apontou para a velocidade invulgar da cesariana. "Chocou toda a gente que testemunhou, todos os profissionais de saúde, até o diretor de obstetrícia", referiu o advogado.

O hospital rejeita as acusações de práticas de racismo e garantiu, num comunicado, que a instituição "trabalha ativamente para erradicar enviesamento no cuidado de saúde".

Apesar das várias dificuldades em provar racismo intencional em práticas médicas, o advogado considera que o vasto dossier de testemunhos de profissionais de saúde, além de dados sobre o número de mulheres negras que morreram no hospital, tornarão o caso mais forte.

"A Kira morreu por ser negra As mulheres de cor não recebem o mesmo tratamento que uma mulher branca. Isso é um facto", rematou Rowley.

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