EUA negam ter dado informações a Kyiv para afundar cruzador russo Moskva
O governo dos Estados Unidos assegurou esta sexta-feira que não forneceu informações de inteligência "específicas" às forças ucranianas, para que estas atacassem o cruzador de mísseis russo Moskva, que naufragou em meados de abril.
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Mundo Ucrânia
A Casa Branca (presidência norte-americana) e o Pentágono (Departamento de Defesa) reagiram desta forma à informação, divulgada em vários 'media' na quinta-feira, de que Washington tinha fornecido dados de inteligência para ajudar a Ucrânia a destruir o cruzador de mísseis.
A estação CNN e o jornal The Washington Post noticiaram, citando fontes do governo norte-americano, que os EUA "não tinham aviso prévio" de que Kyiv ia atacar aquele histórico navio russo, mas apontavam que Washington "partilha informações" marítimas com a Ucrânia.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, referiu, em declarações aos jornalistas a bordo do avião presidencial, que estas reportagens "são imprecisas".
"Não fornecemos à Ucrânia informações específicas para atacar o navio, não estivemos envolvidos na decisão ucraniana de atingir o navio ou na operação que foi realizada. Não tínhamos conhecimento prévio de que a Ucrânia pretendia atacar o navio", assegurou.
Psaki revelou ainda que discutiu esta matéria com o Presidente, Joe Biden, e o seu conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, apontando que o chefe de Estado norte-americano acredita que o papel dos EUA no conflito está a ser exagerado e o dos ucranianos subestimado.
"Os ucranianos têm as suas próprias capacidades de inteligência para seguir e atacar navios russos, como fizeram neste caso", sublinhou a porta-voz da Casa Branca.
Já o assessor do Pentágono, John Kirby, explicou que os Estados Unidos fornecem às forças ucranianas o que consideram ser "informações relevantes e oportunas sobre as unidades russas".
"É legítimo, é legal e é limitado", referiu Kirby, que lembrou que os Estados Unidos não são o único país que oferece dados desse tipo a Kyiv, que, por sua vez, tem capacidade para recolher informações.
John Kirby insistiu que os ucranianos não contam aos EUA detalhes sobre suas operações diárias, nem Washington espera que o façam.
A Rússia admitiu um morto e 27 desaparecidos no naufrágio do cruzador de mísseis Moskva, que Moscovo atribuiu a um incêndio e à explosão de munição, enquanto Kiyv e os Estados Unidos relataram o ataque das forças ucranianas com dois mísseis.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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