1ª Guerra Mundial. Descoberto túnel onde soldados ficaram emparedados
A prospeção num túnel onde soldados alemães foram emparedados em 1917 na França permitiu identificar um buraco, onde não foi possível entrar, revelou uma autarquia francesa e a organização alemã encarregada das sepulturas de guerra.
© Getty
Mundo França
Segundo adianta a agência AFP, as operações de prospeção foram realizadas no nordeste da França entre segunda e quinta-feira no local Chemin des Dames, conhecido como "túnel de Winterberg" pelo "Volksbund Deutsche Kriegsgräberfürsorge" (VDK), ou comissão alemã de túmulos de guerra, com o apoio das autoridades francesas.
Soldados alemães do 111º Regimento de Infantaria de Reserva de Baden, cujo número o VDK estima em cerca de 100, foram emparedados e morreram, asfixiados ou de fome e sede, neste túnel após intenso fogo de artilharia francesa que causou o colapso da entrada em 4 de maio de 1917.
Este trabalho foi efetuado um ano após outras escavações que trouxeram à luz objetos de soldados alemães - peças de uniformes, divisas e espelho de bolso com o retrato do imperador Guilherme II, entre outros objetos.
"A perfuração confirmou a existência e a localização de uma grande cavidade, que quase certamente faz parte do túnel Winterberg", revelou hoje o VDK num comunicado publicado no seu site.
Uma câmara foi então inserida na cavidade, mas as más condições de visibilidade não permitiram obter imagens precisas do interior, referiu o VDK.
A perfuração "revelou que o local do enterro é seguro": "a cavidade é muito profunda no subsolo e só pode ser alcançada com grande esforço", esclareceu ainda o VDK, acrescentando que "o local do buraco foi cuidadosamente selado" no final da exploração.
"As dificuldades técnicas encontradas durante as várias fases de prospeção confirmaram a impossibilidade de penetrar sem maquinaria pesada no túnel Winterberg (...), garantindo assim o respeito devido aos corpos dos soldados" que ali morreram, mencionou, por seu lado, a edilidade de Aisne, em comunicado.
Autoridades alemãs e francesas declarara na terça-feira, em conferência de imprensa, que a exumação dos corpos dos soldados não era o principal objetivo desta operação, mas o estudo do local, provavelmente destinado tornar o local num "lugar de memória".
O futuro deste local histórico será alvo nos próximos meses de "uma reflexão conjunta entre as autoridades francesas e alemãs, na preocupação comum de manter a memória deste trágico episódio da Primeira Guerra Mundial", realçou a autarquia de Aisne.
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