Uma criança de treze anos foi internada nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital La Fe em Valência, Espanha, após ter sofrido traumatismos cranianos significativos por ter sido agredida pelo próprio pai.

O homem, de 54 anos, está detido preventivamente enquanto se aguarda para avaliar a evolução da criança e se estima a extensão das lesões, que terão afetado o seu discurso devido a danos neurológicos, de acordo com o jornal Faro de Vigo. 

O próprio pai admitiu a agressão aos médicos no hospital. Afirma que, a 27 de abril, empurrou o filho e que lhe bateu com um pedaço de madeira.

Os pais da criança estão separados há mais de 10 e também a mãe foi vítima de violência doméstica. O menino passava a noite em casa do pai quando ocorreram as agressões. 

O motivo da agressão à criança foi o facto de este não ter obedecido quando o pai lhe disse para tomar um duche, avança o mesmo jornal. 

Quando recusou e discutiu com ele sobre a utilização do seu telemóvel enquanto o repreendia, o homem agiu violentamente contra a criança. Embora, segundo ele, simplesmente o tenha empurrado e o rapaz tenha sofrido um golpe na cabeça, os médicos observaram num TAC que o adolescente tinha três fraturas cranianas - incompatíveis com os acontecimentos relatados pelo pai.

Além disso, o pai não relatou os factos nessa mesma noite. Foi apenas na manhã seguinte, cerca de doze horas após a ocorrência dos acontecimentos, que o pai, depois de regressar do trabalho no campo, viu o filho inconsciente e telefonou à mãe da criança dizendo-lhe que na noite anterior tinha discutido com ele e que o rapaz tinha um olho negro depois de ter batido num pedaço de madeira.

Depois de o levar ao serviço de urgência do Hospital Doutor Peset de València, o pessoal médico, dada a gravidade da criança, encaminhou-a para a UCI pediátrica, onde foi operado na sexta-feira passada. Os golpes causaram danos neurológicos que afetaram a sua capacidade de comunicação.

"Ele não consegue falar, um osso perfurou uma área do seu cérebro que afeta a sua capacidade de comunicar", explica a mãe do rapaz.

A mulher apresentou queixa sobre estes acontecimentos na sexta-feira passada numa esquadra da Polícia Nacional em Valência. Assim, após vários inquéritos, os agentes procederam à detenção do pai da criança.

Na noite que o adolescente passou na casa do pai após a agressão sem receber qualquer assistência médica, a mãe recebeu várias mensagens do Whatsapp do filho com um emoji de uma criança a chorar. "Penso que era a única forma de ele me pedir ajuda", confessa a mãe, devastada.

Leia Também: PJ detém em Arraiolos homem indiciado por homicídio qualificado