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Deputada Nathalie de Oliveira quer socialistas e Mélenchon a negociar

A deputada francesa Nathalie de Oliveira defende as negociações entre o PS francês e a França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, sobre as legislativas de junho, entretanto suspensas, como "uma tentativa honesta e correta" de manter a esquerda no parlamento.

Deputada Nathalie de Oliveira quer socialistas e Mélenchon a negociar
Notícias ao Minuto

20:44 - 29/04/22 por Lusa

Mundo França

"O próprio Partido Socialista (PS) está dividido, mas é uma tentativa honesta e muito correta, não há outra alternativa para conseguir o mesmo número de eleitos para a bancada. Não há outra posição, porque nós sabemos que temos 30 deputados, talvez nem esses consigam ser reeleitos na segunda volta se estivermos face a outros candidatos de esquerda", explicou Nathalie de Oliveira, deputada da Assembleia da República francesa, em declarações à Agência Lusa.

Esta deputada franco-portuguesa pertence ao PS português e ao PS francês, vendo estas negociações pré-legislativas em França como "uma tentativa de 'gerigonça' à francesa", com os socialistas "numa posição muito fragilizada" após a candidata às presidenciais, a autarca de Paris Anne Hidalgo, não ter conseguido mais de 2% dos votos.

"As legislativas dão, muitas vezes, uma maioria ao partido do Presidente da República, e também sabemos que desta vez o resultado de Emmanuel Macron aconteceu mais contra a extrema-direita, do que um voto apaixonado pelo Presidente. Porém, vai ser muito difícil para o Partido Socialista a seguir ao resultado nas presidenciais ter uma dinâmica para conseguir eleger esses 30 deputados sem coligação", indicou.

A decisão histórica de encetar negociações com a França Insubmissa foi tomada numa Comissão Política Nacional na semana passada, após o secretário-geral do partido, Olivier Faure, ter sugerido na comunicação social que essa seria uma possibilidade plausível.

As negociações começaram esta semana com o estabelecimento de "bases comuns", mas foram suspensas hoje devido a falta de "uma lógica de partilha".

numa mensagem interna aos seus militantes, os socialistas afirmaram que pretendem "um verdadeiro acordo entre toda a esquerda e com os ecologistas", mas que para tal "é preciso uma verdadeira lógica partilhada entre todos e romper com uma lógica hegemónica, aceitando a pluralidade", o que não acontece atualmente.

Após ter ficado em terceiro lugar na primeira volta das eleições presidenciais, Jean-Luc Mélenchon tem pedido aos franceses para que votem no seu partido nas eleições legislativas de 12 e 19 de junho, elegendo-o como primeiro-ministro. No entanto, com 577 circunscrições em França, será difícil para a França Insubmissa obter uma maioria.

As fraturas entre os dois partidos, como o aumento do salário mínimo líquido para 1.400 euros, a idade da reforma aos 60 anos ou ainda a fundação de uma VI República exigidas por Mélenchon podem ser medidas demasiado controversas para os socialistas franceses.

"Há uma fratura entre a França Insubmissa e o PS no que diz respeito à questão da refundação da República e em termos económicos, há desacordos de fundo que numa altura normal não permitiriam uma coligação, mas o Partido Socialista quer salvar os seus deputados", observou Nathalie de Oliveira.

Atualmente, os partidos de esquerda na Assembleia Nacional têm cerca de 70 deputados, com alguns eleitos a terem-se juntado a outros partidos ou movimentos nos últimos cinco anos. Para conseguir uma maioria, a esquerda precisaria eleger pelo menos 289 deputados.

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