"O Governo do Níger deu luz verde à utilização da vacina contra a malária, a vacina RTS,S/AS01, em crianças de 0 a 5 anos" que todos os anos pagam um preço alto devido à doença, disse a ministra, Illiassou Maïnassara, à agência France-Presse.
"Nos próximos meses, esta vacina vai chegar ao Níger e já estão a ser feitos os preparativos", disse a governante.
O Conselho de Ministros confirmou depois o anúncio, explicando, em comunicado, que o Níger é um dos "países elegíveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS)".
A OMS anunciou na semana passada que mais de um milhão de crianças no Gana, Quénia e Maláui já receberam pelo menos uma dose da RTS,S, a primeira vacina contra a malária que provou ser segura e reduzir substancialmente a forma grave da doença.
Segundo a organização, a vacina da farmacêutica britânica GSK, que começou a ser administrada num projeto piloto no Maláui em 2019, "é segura, viável de administrar e reduz substancialmente a mortífera malária grave".
Na sequência desta conclusão, a OMS recomendou, em outubro do ano passado, a extensão da sua utilização em crianças que vivam em regiões com transmissão da malária moderada a elevada.
No Níger, uma autorização para a importação desta vacina foi acordada pelos parceiros, incluindo a Unicef, disse Maïnassara.
A RTS,S, que levou a uma redução de 30% nas hospitalizações por malária grave, foi a primeira vacina que demonstrou ser capaz de reduzir a malária em crianças.
Se for amplamente administrada, a vacina poderá salvar as vidas de mais 40 a 80 mil crianças africanas por ano, estima a organização.
A malária é uma doença provocada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito e mata centenas de milhares de pessoas no mundo, sobretudo em África e maioritariamente crianças com menos de 5 anos.
Cerca de 90% dos casos de malária no mundo ocorrem em África, onde 260.000 crianças morrem anualmente.
A coordenadora do programa nigerino de luta contra a malária, Djermakoye Hadiza Jackou, disse que a vacina é "uma oportunidade para reduzir a mortalidade e a morbilidade" entre as crianças até aos 5 anos, que representam mais de 50% dos casos e quase 60% das mortes.
Segundo a responsável, uma combinação da vacina com outros meios de prevenção, como redes mosquiteiras impregnadas de inseticidas, permitirá reduzir os casos da doença na infância em "pelo menos 75%".
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