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Putin ameaça com ataques "relâmpago" em caso de ingerência estrangeira

O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou hoje que responderá com um ataque "relâmpago" a qualquer ingerência estrangeira na Ucrânia, onde está há dois meses em curso uma guerra desencadeada pela invasão do exército russo.

Putin ameaça com ataques "relâmpago" em caso de ingerência estrangeira
Notícias ao Minuto

16:09 - 27/04/22 por Ana Nunes Cordeiro

Mundo Guerra na Ucrânia

"Se alguém, insisto, se estiver a preparar para interferir nos acontecimentos em marcha e criar ameaças estratégicas inadmissíveis para a Rússia, deve saber que os nossos ataques de resposta serão relâmpago, rápidos", assegurou Putin durante uma intervenção perante o Conselho de Deputados, em São Petersburgo.

"Dispomos de todos os meios para tal", acrescentou, referindo-se ao novo míssil hipersónico, já testado, com capacidade para atingir território da Europa ocidental e dos Estados Unidos.

Trata-se, segundo Putin, de um tipo de armamento que "neste momento, ninguém se pode gabar" de ter.

"E nós não nos vamos gabar. Usá-lo-emos se for necessário. E quero que todos o saibam", sublinhou.

"Todas as decisões sobre isso já foram tomadas", acrescentou.

O líder do Kremlin voltou a acusar o Ocidente de transformar a Ucrânia numa "anti-Rússia" e de pressionar Kiev a combater com o seu vizinho do norte; de atacar a anexada península da Crimeia e a região do Donbass; de possuir armas nucleares e ter em funcionamento laboratórios para produção de armas químicas e biológicas.


"Por isso, a nossa reação perante esses cínicos planos foi correta e oportuna", defendeu, referindo-se à "operação militar especial" iniciada pelas tropas russas há dois meses na Ucrânia.

Putin garantiu ainda que todos os objetivos definidos na campanha militar em curso serão cumpridos, o que inclui a segurança dos russos e dos habitantes das repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste do território ucraniano, cuja independência foi reconhecida por Moscovo.

Os soldados russos "impediram o perigo real que pairava sobre a nossa pátria (...), evitaram um conflito de grande magnitude que teria decorrido no nosso território, já seguindo um guião estrangeiro", explicou.

Também esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, alertou de que o perigo de uma guerra nuclear "é grave, é real, não deve ser subestimado".

Recentemente, a Rússia realizou um teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental Sarmat que, segundo Putin, "é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis" e "não tem par em todo o mundo".

A ofensiva militar russa iniciada na madrugada de 24 de fevereiro na Ucrânia -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, John Kirby, reagiu ao anúncio do lançamento do Sarmat, a 20 de abril, afirmando tratar-se de um teste de "rotina", que não constitui "uma ameaça" para os Estados Unidos ou para os seus aliados.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia e a guerra, que entrou hoje no 63.º dia, causou até agora a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Leia Também: "Putin invoca com Guterres o argumento do PCP: tudo começou em 2014"

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