Conselho da Europa denuncia discriminação na fronteira ucraniana
A comissária para os Direitos Humanos do Conselho da Europa denunciou hoje os "preconceitos profundos" detetados na fronteira ucraniana contra os grupos de ciganos, comunidade LGBTI e imigrantes africanos, durante a fuga da Ucrânia devido à invasão russa.
© Getty Imagens
Mundo Rússia/Ucrânia
No seu discurso de apresentação do relatório anual na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic manifestou a sua preocupação por serem "tratados de forma diferente" e encontrarem dificuldades ao solicitar alojamento e assistência.
A comissária pediu que os controlos de fronteira fossem fortalecidos para prevenir o tráfico de pessoas e que as mulheres e as meninas sofram violência sexual.
"Durante os últimos 61 dias de guerra, a Ucrânia foi palco de enormes violações de direitos humanos contra a população civil", disse Dunja Mijatovic.
A responsável do Conselho da Europa para os Direitos Humanos pediu um corredor humanitário para evacuar a cidade cercada de Mariupol e parar a "guerra absurda", que constitui uma "falta de respeito pela vida humana".
A comissária lembrou que, em muito países, os refugiados, requerentes de asilo e imigrantes "são detidos em condições desumanas, é-lhes negado o acesso aos procedimentos de asilo e são enviados de volta".
Isto acontece, segundo Dunja Mijatovic, "quando se favorece a dissuasão e a repressão, em detrimento dos direitos humanos e da dignidade".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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