O Tribunal Criminal de Skopje determinou que Gruevski adquiriu ilegalmente cerca de 1,4 milhões de euros de doações ao partido de centro-direita VMRO-DPMNE, de 2006 a 2012, durante parte do tempo em que esteve no poder.

Os juízes também concluíram que Gruevski se envolveu em lavagem de dinheiro para cobrir o seu rasto e usou as doações do partido para comprar propriedades em Skopje e em outros locais, através de uma empresa 'offshore' registada em Belize.

"Gruevski precisava de dinheiro para este plano e decidiu retirá-lo das doações do partido", referiu a juíza Ilija Trpkov.

O antigo primeiro-ministro, que recebeu asilo político na Hungria, para onde fugiu após ser condenado por outras acusações em 2018, negou ter cometido estas irregularidades.

Os advogados de defesa do político revelaram na quinta-feira que vão recorrer desta decisão.

Outros quatro envolvidos no esquema também foram condenados esta quinta-feira.

Saso Mijalkov, primo de Gruevski e ex-chefe da Polícia Secreta, foi condenado a um ano e três meses de prisão por ajudar no esquema de lavagem de dinheiro.

O empresário Orce Kamcev foi condenado a um ano de prisão por lavagem de dinheiro, enquanto outros dois receberam penas suspensas de dois anos após se declararem culpados de acusações de lavagem de dinheiro.

O tribunal ordenou ainda o arresto de várias propriedades, incluindo apartamentos de luxo em Skopje.

Esta foi a terceira condenação do ex-líder da Macedónia do Norte, após deixar o cargo.

Gruevski foi condenado em 2018 por influenciar ilegalmente funcionários do Ministério do Interior para a compra de um carro blindado de luxo e sentenciado a dois anos de prisão, embora tenha fugido para a Hungria antes que a sentença pudesse ser aplicada.

Em 2020, Gruevski foi condenado a um ano e meio de prisão por promover violência em 2013.

Três outros casos estão pendentes contra Gruevski, que foi primeiro-ministro entre 2006 a 2016, em acusações por corrupção, irregularidades eleitorais e abuso de poder.

Todas as acusações surgiram após um escândalo de escutas telefónicas, em 2015, quando se descobriu que as conversas de mais de 20.000 pessoas foram gravadas ilegalmente, incluindo as de políticos, juízes, policias, jornalistas e diplomatas estrangeiros.

O caso levou a eleições antecipadas, em 2016, onde Gruevski perdeu para o líder social-democrata Zoran Zaev, que saiu do poder no final de 2021.

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