Situação das crianças e dos cuidados de saúde no Líbano agrava-se
A situação das crianças e do sistema de saúde no Líbano está a agravar-se, com a guerra na Ucrânia a acentuar problemas ligados à crise económica, escassez de medicamentos e êxodo de pessoal médico, informou hoje a ONU.
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A taxa de vacinação das crianças diminuiu mais de 30%, uma "queda crítica" que "deixou as crianças vulneráveis a doenças potencialmente letais, como o sarampo, a difteria e a pneumonia", refere o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) num relatório intitulado "Uma crise de saúde em agravamento para as crianças".
Outro indicador mostra que, entre abril e outubro de 2021, o número de crianças que não conseguiram aceder aos cuidados de saúde necessários subiu de 28 por cento para 34 por cento, de acordo com as avaliações da UNICEF.
O Líbano enfrenta desde 2019 por uma crise económica sem precedentes, descrita pelo Banco Mundial como a pior da história moderna. A moeda nacional perdeu mais de 90% do seu valor e cerca de 80% da população libanesa está mergulhada na pobreza.
"Muitas famílias nem sequer podem pagar os custos de transporte para levar os seus filhos a um centro de saúde", salientou Ettie Higgins, representante da UNICEF.
Além disso, o colapso financeiro causou o êxodo dos profissionais de saúde: 40% dos médicos e 30% das parteiras já saíram do país, segundo o relatório deste organismo das Nações Unidas.
Com 80 por cento da população a viver na pobreza, novas subidas nos preços dos combustíveis e dos alimentos, agora por causa da guerra na Ucrânia, podem forçar as pessoas a reduzir ainda mais as despesas de saúde.
O governo não tem capacidade para importar mercadorias, incluindo medicamentos, e por isso muitos pacientes têm dificuldade em obter remédios que salvam vidas, incluindo os usados para tratar doenças crónicas.
De acordo com o relatório, mais de 50% das famílias não conseguem obter os medicamentos de que precisam e pelo menos 58% dos hospitais reportam falta de medicamentos.
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