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Seis parteiras processadas após morte de grávida e bebé no Senegal

Seis parteiras estão a ser processadas no Senegal após a morte num hospital público de uma mulher grávida que esperou em vão por uma cesariana durante horas e cujo trágico desfecho emocionou o país, disse hoje o seu advogado.

Seis parteiras processadas após morte de grávida e bebé no Senegal
Notícias ao Minuto

13:38 - 20/04/22 por Lusa

Mundo Parto

As "seis parteiras estão a ser processadas por não ajudarem uma pessoa em perigo", disse hoje Abou Abdou Daff à agência AFP. Quatro delas "foram presas na terça-feira à noite" na cidade de Louga do Norte e "duas foram libertadas provisoriamente".

Estas duas últimas estavam "empregadas há mais de quatro anos como estagiárias, com uma remuneração modesta e a quem eram exigidos resultados", em termos da qualidade dos cuidados prestados, queixou-se Abou Abdou Daff.

As seis mulheres deverão ser julgadas a 27 de abril perante o Supremo Tribunal de Louga, acrescentou.

O ministro da Saúde senegalês, Abdoulaye Diouf Sal, reconheceu a 14 de abril que a morte de Astou Sokhna, grávida de nove meses, a 01 de abril, no hospital público de Louga, poderia ter sido evitada com mais vigilância.

As circunstâncias da sua morte e do bebé, tal como relatadas pela imprensa, provocaram uma onda de protestos nas redes sociais contra as deficiências do sistema público de saúde no Senegal.

Provocaram também uma resposta ao mais alto nível do Estado, com a demissão do diretor do hospital anunciada no final de uma reunião do Conselho de Ministros.

De acordo com a imprensa senegalesa, Astou Sokhna, com cerca de 30 anos, morreu depois de esperar com grande sofrimento, durante cerca de 20 horas, pela cesariana que pediu.

O pessoal terá recusado o seu pedido, argumentando que a sua operação não estava agendada, e ameaçou expulsá-la se ela insistisse.

Entretanto, a Aliança dos Sindicatos Autónomos de Saúde (ASAS) anunciou, através de um comunicado de imprensa, que tinha iniciado hoje uma greve de 72 horas em solidariedade com os "camaradas em Louga", que estão a ser processados.

O ASAS tinha "lamentado", a 16 de abril, que o Governo "não tivesse esperado pelas conclusões do inquérito judicial para condenar os corajosos trabalhadores, antes de os atirar deliberadamente à máfia dos media (...) para tentar esconder, em vão, as falhas do sistema, do qual é o garante".

A greve visa também protestar contra o desrespeito do governo pelos acordos de melhor remuneração dos trabalhadores da saúde, de acordo com a ASAS.

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