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Famílias dos tripulantes do Moskva exigem respostas. "Estão a mentir-nos"

Na Rússia, são cada vez mais vozes que clamam por explicações. 

Famílias dos tripulantes do Moskva exigem respostas. "Estão a mentir-nos"

Várias horas após a meia-noite, a 15 de abril, Dmitry Shkrebets, colocou uma fotografia sua e do seu filho, Yegor, na rede social russa vKontakte. Estava orgulhoso do filho, marinheiro no Moskva.

"Um país como a Ucrânia não deveria existir. É terra russa habitada por pessoas que esqueceram que são russas", escreveu num comentário, ignorando que o filho provavelmente já estaria morto. 

Num outro post, queixou-se de que ninguém lhe dizia nada sobre o seu filho um dos tripulantes do navio afundado no Mar Negro por misseis ucranianos. 

Não havia notícias sobre o destino dos tripulantes, apenas um vídeo, com a tripulação sã e salva com cerca de cem militares - quando eram cerca de 500 pessoas a bordo. 

“Fui informado pelos comandantes diretos do Moskva de que o meu filho, um recruta, não está entre os mortos e os feridos, mas está listado como desaparecido. Um recruta que não deveria estar a participar das hostilidades é listado como desaparecido. Ele desapareceu em alto mar?!!!”, escreveu o pai numa publicação que acabaria por ser apagada. 

Depois, contou que três outras famílias russas entraram em contacto consigo, com histórias semelhantes de filhos recrutas também desaparecidos. 

"[O meu filho] serviu como cozinheiro do navio. [...] O anúncio oficial do Ministério da Defesa dizia que havia um incêndio a bordo do navio e que houve uma explosão de munições. Disseram que toda a tripulação tinha sido evacuada. Estão a mentir-nos", escreveu o homem. 

A mãe de um sobrevivente, contudo, conta uma versão diferente e diz que falou com o filho via telefónica. Este ter-lhe-á dito que cerca de 40 pessoas morreram, muitas ficaram feridas e outras estão desaparecidas. O jornal Novaya Gazeta Europe, que falou com a mulher, não divulga a identidade nem desta, nem do filho. 

Mas as questões sobre o navio-almirante da frota russa do Mar Negro não ficam por aqui e na Rússia são cada vezes mais vozes que clamam por explicações. 

Vladimir Solovyov, apoiante de Putin que viu uma das suas casas arrestadas em Itália ser incendiada e vandalizada, falou sobre o tem em direto na televisão russa. “Como diabos perdemos Moskva?”, perguntou, questionando o que o navio fazia ali e como foi possível, por exemplo, os sistemas anti-incêndio não terem funcionado. “Estou furioso com o que aconteceu". Na versão russa, o navio afundou após um incêndio. 

Naquilo que as autoridades norte-americanas e de Kyiv qualificaram como um duro golpe para a capacidade naval da Rússia, o navio-almirante da frota russa do Mar Negro afundou-se após ter sido atingido por dois mísseis ucranianos.

Leia Também: Tropas russas começaram batalha pelo Donbass, confirma Zelensky

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