Chanceler austríaco encontra-se com Putin: "Não é uma reunião amigável"
O chanceler austríaco é o primeiro líder pertencente à União Europeia a encontrar-se com Putin desde a invasão da Rússia na Ucrânia.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
O chanceler austríaco disse, esta segunda-feira, que a conversa com o presidente da Rússia, que decorreu hoje, foi muito "direta, aberta e dura".
Segundo um porta-voz do governo austríaco, citado pela Reuters, a reunião durou cerca de 1h30 e o Karl Nehammer disse a Vladimir Putin que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia tinha que acabar porque "na guerra só há vencidos nos dois lados".
"Esta não é uma reunião amigável", garantiu o porta-voz do governo da Áustria, em comunicado.
Recorde-se que o ministro dos Negócios Estrangeiros do país já tinha dito hoje que Karl Nehammer iria transmitir a Vladimir Putin que para além de estar a isolar a Rússia, "ia perder moralmente a guerra e que estava a fazer tudo de errado o que há para fazer".
Segundo Alexander Schallenberg disse antes do encontro, também a existência e cumprimento dos corredores humanitários ia ser um assunto abordado pelo chanceler austríaco. O pedido do governante austríaco a Putin surge para "aliviar o inferno" que a invasão russa tem causado na Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.793 civis, incluindo 176 crianças, e feriu 2.439, entre os quais 336 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 16h23]
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