Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
MIN 8º MÁX 15º

UE pede investigação urgente da ONU aos abusos humanitários no Tigray

A União Europeia (UE) defendeu hoje que "é urgente e necessária" uma investigação das Nações Unidas às denúncias de organizações não-governamentais (ONG), na última semana, sobre os abusos dos direitos humanos na região do Tigray, na Etiópia.

UE pede investigação urgente da ONU aos abusos humanitários no Tigray
Notícias ao Minuto

14:17 - 09/04/22 por Lusa

Mundo Etiópia

Na passada quarta-feira, a Amnistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW) publicaram um relatório a assegurar que as forças de segurança da região etíope de Amhara e os seus parceiros estão a realizar uma "campanha de limpeza étnica" na vizinha Tigray, com abusos que equivalem a crimes de guerra e contra a humanidade.

As ONG também alegaram que as autoridades da zona ocidental do Tigray e os seus aliados cometeram massacres e outros crimes de guerra contra os civis em Amhara.

"É necessária uma investigação independente da ONU com urgência, que complemente os esforços da Comissão de Direitos Humanos da Etiópia, para estabelecer factos e responsabilidades que vão contribuir para a responsabilização e justiça das vítimas", adiantou hoje um porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), citado em comunicado.

A UE ficou "chocada" com as revelações do relatório da AI e da HRW, condenando "nos termos mais fortes todas as violações e abusos dos direitos humanos (...) no norte da Etiópia" e apelando a "todas as partes no conflito que facilitem acesso humanitário seguro e rápido" à área.

As duas ONG entrevistaram mais de 400 pessoas e analisaram pareceres médicos, imagens de satélite, vídeos e fotografias, para documentar, entre outros abusos, ameaças, homicídios, violações coletivas, prisões arbitrárias em massa, assaltos, deslocamento forçado e negação de assistência humanitária.

De acordo com a investigação da AI e da HRW, os crimes ocorreram com o consentimento e até mesmo a possível colaboração direta das forças de segurança federais.

No entanto, tanto as forças federais etíopes como as autoridades de Ahmara negam as acusações de limpeza étnica na zona ocidental do Tigray.

A guerra na Etiópia iniciou-se em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a Frente de Libertação Popular de Tigray (PFLT) -- partido que governava a região -- em retaliação a um ataque a uma base militar federal e após uma escalada de tensão política.

Duas semanas depois, o Tigray Ocidental ficou controlado pelo Exército Federal da Etiópia e das milícias de Amhara, aliadas do Governo etíope.

De acordo com a ONU, cerca de 5,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária no Tigray e nas regiões vizinhas de Amhara e Afar. Milhares de etíopes foram mortos e cerca de outros dois milhões foram forçados a fugir das suas casas devido à violência.

Em 24 de março, o Governo da Etiópia declarou uma "trégua humanitária indefinida" e a PFLT, por seu lado, anunciou um cessar-fogo.

Desde então, algumas organizações, como o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) ou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), conseguiram retomar as suas atividades na região.

Leia Também: Tigray. EUA "profundamente preocupados" com denúncias de "limpeza étnica"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório