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Ursula von der Leyen em Bucha. "Vimos toda a frieza do exército de Putin"

A presidente da Comissão Europeia, que hoje chegou à Ucrânia, deslocou-se a Bucha, uma localidade a noroeste de Kiev onde foram descobertos dezenas de corpos após a retirada das forças russas e estão a ser investigados crimes de guerra.

Ursula von der Leyen em Bucha. "Vimos toda a frieza do exército de Putin"
Notícias ao Minuto

17:55 - 08/04/22 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

A visita de Ursula von der Leyen a Bucha, viagem que fez acompanhada pelo chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e pelo primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, foi noticiada pelas agências internacionais, que relataram que os três responsáveis se deslocaram ao local onde foi escavada uma vala comum e onde foram enterrados mais de uma dezena de civis.

"Vimos toda a frieza do exército de [Presidente russo, Vladimir] Putin. Vimos a imprudência e o coração frio que tiveram ao ocupar esta cidade. Vimos a humanidade em pedaços em Bucha. O mundo inteiro está de luto pelo que aconteceu em Bucha", declarou a líder do executivo comunitário.

"Temos de defender a fronteira com a Europa, a Humanidade e a democracia e é por isso que estamos aqui juntos com a Ucrânia", acrescentou Ursula von der Leyen.

Durante a visita, os três representantes foram acompanhados pelo primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, e pelo presidente da Câmara de Bucha, Anatoliy Fedoruk.

"Visitámos Bucha. Mostrei a Von der Leyen, Borrell e Heger as atrocidades cometidas pelas tropas russas contra civis ucranianos. Nunca iremos perdoar o inimigo por estes crimes. Trabalhamos com os nossos parceiros europeus para deter o agressor o mais rápido possível", escreveu o primeiro-ministro ucraniano na sua conta na rede social Twitter.

Após a passagem pelo sítio da vala comum, localizada num pátio de uma igreja, os três responsáveis entraram no local de culto para acender velas e seguiram posteriormente para a rua Volknalna, uma das mais danificadas durante a ocupação de Bucha e onde ainda estão dezenas de tanques queimados.

No passado fim de semana foram descobertos dezenas de cadáveres espalhados nas ruas de Bucha, após a retirada das tropas russas, o que suscitou uma onda de choque e uma condenação unânime da comunidade internacional.

Alguns corpos tinham as mãos atadas nas costas e apresentavam sinais de execução.

Investigadores ucranianos começaram hoje a exumar os cadáveres encontrados numa das valas comuns localizadas em Bucha.

A visita a Bucha foi a primeira paragem da viagem dos líderes europeus à Ucrânia, onde também irão encontrar-se, presumivelmente em Kiev, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Na véspera da visita, Ursula von der Leyen afirmou que ia a Kiev para expressar o seu "apoio inabalável" à Ucrânia na sua luta contra a invasão russa, que teve início em 24 de fevereiro.

"Quero enviar uma mensagem de apoio inabalável ao povo ucraniano e à sua corajosa luta pelos nossos valores comuns", disse, na quinta-feira, numa conferência de imprensa em Estocolmo.

A visita dos representantes europeus acontece no mesmo dia em que o Conselho da União Europeia adotou o quinto pacote de sanções à Rússia pela sua contínua agressão militar contra a Ucrânia e "atrocidades" cometidas pelo exército russo, que contempla a proibição de importação de carvão, madeira e 'vodka'.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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