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Apoio de Pequim a ex-polícia para liderar Hong Kong é aposta na segurança

O apoio de Pequim ao antigo secretário para a Segurança, com carreira na polícia, para novo líder de Hong Kong, indica que a região permanece "uma grande preocupação ao nível da segurança", disse um analista político.

Apoio de Pequim a ex-polícia para liderar Hong Kong é aposta na segurança
Notícias ao Minuto

06:15 - 07/04/22 por Lusa

Mundo Hong Kong

As autoridades chinesas "acreditam que um antigo funcionário do governo ligado à segurança como John Lee, que foi agente da polícia, conseguirá estabilizar Hong Kong", disse à Lusa o académico de Hong Kong Sonny Lo.

O mandato da atual Chefe do Executivo, Carrie Lam, foi abalado por violentos protestos pró-democracia em 2019 e pela implementação, em 2020, de uma lei de segurança nacional que implica penas que vão até à prisão perpétua.

A lei foi amplamente criticada pela ala pró-democracia do território e pela comunidade internacional, que receiam a gradual erosão dos direitos e liberdades da população de Hong Kong.

Lee, que na altura das manifestações era responsável pela tutela da segurança, demitiu-se na quarta-feira do cargo de chefe-secretário de Hong Kong e, em conferência de imprensa, anunciou que, se a renúncia for aprovada por Pequim, vai "iniciar os preparativos para concorrer" às eleições de 08 de maio.

Desde que se juntou às forças de segurança da então colónia britânica, em 1977, Lee foi subindo na hierarquia, até chegar a comissário-adjunto.

Entre 2017 e 2021, liderou a secretaria para a Segurança, substituindo, posteriormente, Matthew Chung como número dois do governo, no cargo de chefe-secretário da Administração.

Caso seja eleito, Lee "terá de lidar com uma gama de questões amplamente definidas pela China", avaliou Sonny Lou, que acrescentou que "esta tendência de olhar para Hong Kong como tendo problemas de segurança nacional reflete as prioridades políticas das autoridades centrais".

O jornal South China Morning Post indicou que Pequim já terá dado o aval à candidatura, e que Lee será o único concorrente a contar com o apoio do Governo Central chinês.

O nome do secretário para as Finanças, Paul Chan, tem sido avançado pela comunicação social como um dos possíveis candidatos a suceder a Carrie Lam.

No entanto, Chan disse, na rede social Facebook, estar "muito satisfeito" com a eventual candidatura de Lee ao mais alto cargo do Governo de Hong Kong.

O académico Sonny Lo apontou que, neste momento, a probabilidade de Chan avançar para a corrida "é muito improvável".

Considerando que Pequim já demonstrou apoio a Lee, os membros do colégio eleitoral "não se atreveriam a nomear" outra pessoa, "porque eles querem projetar uma imagem de unidade", explicou.

O chefe do Executivo de Hong Kong é eleito por um comité de 1.462 pessoas, incluindo legisladores, representantes de várias indústrias, elementos próximos de Pequim, além de deputados da região no parlamento chinês.

As eleições em Hong Kong estavam inicialmente marcadas para 27 de março, mas a data acabou por ser alterada, numa altura em que a cidade vivia o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia.

A corrida à liderança de Hong Kong é a primeira desde a reforma eleitoral que no ano passado introduziu alterações à lei para tentar garantir que apenas "patriotas", leais a Pequim, possam exercer funções.

A reforma torna difícil aos políticos pró-democractas concorrerem a chefe do Executivo.

O novo líder deverá tomar posse a 01 de julho, o dia do 25.º aniversário do regresso de Hong Kong à China.

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