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Tunísia convoca embaixador para consultas sobre "ingerência" de Erdogan

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tunísia convocou hoje o embaixador turco para consultas sobre a "ingerência" do Presidente da Turquia, após este ter considerado decisões do seu homólogo tunisino uma "mancha" na transição democrática.

Tunísia convoca embaixador para consultas sobre "ingerência" de Erdogan
Notícias ao Minuto

11:35 - 06/04/22 por Lusa

Mundo Erdogan

"Informei [o embaixador turco] que a Tunísia rejeita as declarações do Presidente (turco Recep Tayyip) Erdogan, que são consideradas uma ingerência nos assuntos tunisinos. As relações dos dois países devem ser baseadas no respeito pela independência da decisão soberana e das opções do povo tunisiano, que o nosso país não permite que sejam questionadas", indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Tunísia, Othman Jerandi, numa mensagem nas redes sociais.

Na segunda-feira, Erdogan lamentou a dissolução do parlamento tunisino - suspenso desde julho - e as consequências legais contra 121 dos seus deputados após participarem numa sessão [realizada remotamente] para anular todos os decretos adotados pelo Presidente tunisino, Kais Saied, durante o estado de emergência.

"Nós consideramos os acontecimentos na Tunísia uma mancha na democracia. A dissolução do parlamento, que acolhe os representantes, leva a que nos preocupemos com o futuro da Tunísia e representa um golpe contra a vontade do povo", disse o Presidente turco.

Erdogan também insistiu na importância da realização de um diálogo inclusivo com todos os atores da sociedade, bem como na aplicação do roteiro anunciado em dezembro passado, que prevê eleições legislativas antecipadas em 17 de dezembro.

Num comunicado divulgado na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tunisino já tinha classificado estas declarações de Erdogan como uma ingerência "inaceitável", recordando que a Tunísia é um país "livre e independente".

A 25 de julho de 2021, Saied declarou o estado de emergência e assumiu plenos poderes alegando pretender "recuperar a paz social".

A decisão foi considerada pela maioria dos partidos políticos como um "golpe de Estado", enquanto outros a viram como uma "correção" da revolução de 2011, que pôs fim às duas décadas do regime autocrático de Zine El Abidine Ben Ali.

Leia Também: Presidente da Tunísia recusa realização de legislativas antecipadas

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