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Iémen: Biden elogia cessar-fogo mas lembra que "não é suficiente"

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou esta sexta-feira o cessar-fogo de dois meses estabelecido pelas partes em conflito no Iémen, que permite "uma pausa há muito esperada pela população", embora considere que "não é suficiente".

Iémen: Biden elogia cessar-fogo mas lembra que "não é suficiente"
Notícias ao Minuto

06:12 - 02/04/22 por Lusa

Mundo Conflito

O acordo entre as forças pró-governo e os rebeldes Huthis contém "decisões importantes, mas que não são suficientes", referiu o chefe de Estado norte-americano em comunicado de imprensa.

Joe Biden acrescentou que os negociadores devem dar "o passo difícil mas necessário para um compromisso político que pode trazer um paz duradoura para todo o povo do Iémen".

O norte-americano agradeceu ainda à Arábia Saudita e ao Omã pela liderança nesta matéria, bem como "o trabalho duro" do governo iemenita e a confiança que depositaram na medicação das Nações Unidas.

Um cessar-fogo de dois meses no Iémen proposto pelo enviado especial da ONU para o país, Hans Grundberg, foi aceite pelas partes em conflito e entrará em vigor no sábado, 02 de abril, anunciou esta sexta-feira a organização.

"As partes em conflito responderam positivamente a uma proposta das Nações Unidas de um cessar-fogo de dois meses, que entra em vigor amanhã [sábado], 02 de abril, às 19:00" locais (17:00 em Lisboa), indicou Hans Grundberg num comunicado.

"As partes aceitaram suspender todas as operações militares ofensivas aéreas, terrestres e marítimas dentro do Iémen e além das suas fronteiras", sublinhou o enviado especial da ONU, numa referência a ataques perpetrados pela minoria rebelde Huthi no território de países que integram a coligação militar internacional liderada pela Arábia Saudita que intervém desde 2015 na guerra civil do Iémen, iniciada em 2014, como os Emirados Árabes Unidos ou a própria Arábia Saudita.

Segundo o responsável da ONU, o Governo iemenita internacionalmente reconhecido também acordou deixar navios petroleiros entrar no porto de Al-Hudeida (controlado pelos rebeldes Huthis) e voos comerciais aterrar e descolar do aeroporto da capital, Sanaa, (igualmente controlado pelos Huthis) para destinos pré-definidos da região".

O Governo iemenita e os rebeldes "acordaram ainda reunir-se sob a minha mediação para abrir à circulação estradas de Taiz e de outras províncias do Iémen", acrescentou o enviado especial, precisando que "a trégua pode ser renovada para além do período de dois meses com o consentimento das partes".

Salientando que este "acordo de cessar-fogo se destina a dar aos iemenitas uma pausa necessária na violência, um alívio do sofrimento humanitário e, mais importante ainda, esperança na possibilidade de a guerra ter fim", Grundberg agradeceu a todas as partes por trabalharem "de boa-fé" com ele e o seu gabinete para fazerem as concessões necessárias para alcançar este acordo.

"Apelo às partes para aderirem plenamente e respeitarem a trégua e os seus elementos e para adotarem todas as medidas necessárias para o aplicarem imediatamente", declarou.

"Este cessar-fogo é um primeiro passo há muito aguardado. Todas as mulheres, homens e crianças iemenitas que sofreram imensamente durante mais de sete anos de guerra esperam nada menos que o fim desta guerra. As partes não devem dar-lhes menos que isso", sustentou Hans Grundberg.

Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, celebrou esta sexta-feira o anúncio de uma trégua de dois meses no Iémen e afirmou que esta será uma "oportunidade genuína para reiniciar o processo político" no país.

De acordo com Guterres, esta trégua, que "tem possibilidade de renovação", coincide com o início do mês sagrado muçulmano do Ramadão e abre as portas para atender às necessidades humanitárias e económicas urgentes do Iémen.

A guerra civil iemenita, que começou em 2014 quando os Huthis tomaram vastas parcelas de território do norte e oeste do país, incluindo a capital, fez centenas de milhares de mortos em mais de sete anos de guerra -- não só vítimas dos combates, como também de causas indiretas, como falta de água potável, fome e doenças -, pelo que é considerada pela ONU a maior catástrofe humanitária do planeta, com milhões de pessoas à beira da fome e "mais de 80% da população a precisar de ajuda humanitária".

Leia Também: Iémen: Cessar-fogo proposto pela ONU entra em vigor no sábado

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