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Ilhas Salomão garantem que acordo com a China não inclui base militar

As Ilhas Salomão garantiram hoje que não vão permitir que a China construa uma base militar no país, numa reação às preocupações levantadas pelos países ocidentais sobre uma eventual presença militar chinesa no Pacífico Sul.

Ilhas Salomão garantem que acordo com a China não inclui base militar
Notícias ao Minuto

08:30 - 01/04/22 por Lusa

Mundo acordo de segurança

Esta garantia, no entanto, terá pouco efeito para aliviar as preocupações sobre o pacto de segurança com a China anunciado pelo país insular.

O líder da vizinha Micronésia somou hoje a sua voz aos países que expressaram apreensão, ao invocar as sangrentas batalhas da Segunda Guerra Mundial, alertando que o pacto pode voltar a converter a região do Pacífico Sul num campo de batalha para as grandes potências.

Num comunicado emitido hoje, o governo das Ilhas Salomão disse que, "ao contrário da desinformação promovida por comentadores antigoverno", o acordo não convida a China a estabelecer uma base militar.

"O governo está consciente da ramificação para a segurança ao sediar uma base militar e não vai ser descuidado e permitir que tal iniciativa ocorra sob a sua vigilância", lê-se na mesma nota.

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare disse anteriormente que a sua nação deseja apenas a paz e prosperidade, citando o seu 'mantra' para a política externa: "Somos amigos de todos e inimigos de ninguém".

Sob os termos do esboço do acordo, a China pode enviar polícias, militares e outras forças armadas para as Ilhas Salomão "para ajudar na manutenção da ordem social" e por várias outras razões.

O acordo prevê também visitas de navios de guerra, para "realizar reabastecimento logístico e escalas".

Isto suscitou especulações sobre a possibilidade de a China estabelecer uma base naval nas ilhas do Pacífico Sul.

O ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, disse hoje que, embora respeite a soberania das Ilhas Salomão, o acordo mostrou que a China está a agir de forma agressiva na região.

"Precisamos de ser muito cautelosos aqui, porque os chineses são incrivelmente agressivos, as táticas que estão a implantar em pequenas nações insulares são bastante notáveis", disse à cadeia televisiva Sky News.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, descreveu esta semana a possibilidade de forças militares chinesas estacionadas nas Ilhas Salomão como a "potencial militarização da região".

O Departamento de Estado dos EUA disse que Washington não acredita que as forças e métodos de segurança da China precisem ser exportados.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse na quinta-feira que as "partes relevantes devem ver a cooperação de segurança China - Ilhas Salomão de forma objetiva e racional e parar de fazer comentários irresponsáveis".

"As tentativas de provocar, obstruir e minar as relações amistosas da China com os países insulares não são populares e não terão sucesso", disse Wang, em conferência de imprensa.

"A cooperação China - Ilhas Salomão não visa terceiros e não está em conflito com a cooperação das Ilhas Salomão com outros países. Em vez disso, complementa positivamente os mecanismos de cooperação regional existentes", acrescentou.

As Ilhas Salomão, onde vivem cerca de 700.000 pessoas, romperam, em 2019, os laços diplomáticos com Taiwan, passando a reconhecer Pequim como o único governo legítimo de toda a China.

A decisão contribuiu para tumultos em novembro.

Forças da polícia australiana estão na capital do país, Honiara, para ajudar a manter a paz, sob um tratado de segurança bilateral estabelecido em 2017.

Este tratado fornece uma base legal para o rápido destacamento da polícia australiana, tropas e civis, no caso de um grande desafio à segurança do país.

Camberra liderou uma força constituída por polícias e tropas das Ilhas do Pacífico, sob a Missão de Assistência Regional às Ilhas Salomão, entre 2003 e 2017.

A polícia chinesa, entretanto, também já está nas ilhas para missões de treino.

Leia Também: Governo das Ilhas Salomão rejeita preocupações sobre acordo com a China

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