Boris Johnson volta atrás e desiste de proibir "terapias de conversão"
O primeiro-ministro do Reino Unido concordou que "não se deve avançar com a legislação".
© Toby Melville/Reuters
Mundo Reino Unido
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, desistiu da criação de um código penal que proíbe as “terapias de conversão”, que têm como objetivo mudar a orientação sexual ou a identidade de género de uma pessoa.
Segundo documentos confidenciais, a que a ITV News teve acesso, o governante - que, em 2020, classificou a prática como “abominável” e “sem lugar numa sociedade civilizada” - concordou que “não se deve avançar com a legislação”.
“Dadas as circunstâncias sem precedentes de grandes pressões sobre o custo de vida e a crise na Ucrânia, há uma necessidade urgente de racionalizar o nosso programa legislativo”, lê-se no documento.
A notícia surge um dia após o ministro da Igualdade, Mike Freer, afirmar no parlamento britânico que o governo estava “totalmente comprometido” com a legislação que proíbe a prática.
A proibição das “terapias de conversão” é tema de discussão no Reino Unido há vários anos. Em 2018, a antecessora de Boris Johnson, Theresa May, anunciou uma uma iniciativa em defesa dos direitos LGBT com um orçamento de 4,5 milhões de libras [5 milhões de euros] e assegurou que seriam “consideradas todas as opções legislativas e não legislativas para proibir a promoção ou a oferta de terapias de conversão”.
Já no ano passado, a rainha Isabel II anunciou, durante uma intervenção no parlamento britânico, que medidas seriam “apresentadas para abordar as disparidades raciais e étnicas e para proibir as terapias de conversão”.
Após meses de discussão e mesmo sem existir um consenso para mudar a legislação, um porta-voz do governo assegurou que os ministros irão analisar como é que a lei existente pode ser utilizada de forma mais eficaz para impedir a prática.
“Tendo explorado essa questão sensível com grande profundidade, o governo decidiu proceder à revisão da lei e perceber como é que pode ser utilizada de forma mais eficaz para evitar isto [terapias de conversão] da maneira mais rápida possível e explorar o uso de outras medidas não legislativas”, explicou, quando questionado pela Sky News.
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