Israel e Egito expandem relações comerciais durante guerra na Ucrânia
Funcionários egípcios e israelitas reuniram-se para expandir a cooperação comercial e económica entre os dois países com o objetivo de aumentar a capacidade de exportação durante a crise da guerra na Ucrânia, indicaram hoje fontes oficiais.
© iStock
Mundo Diplomacia
"A reunião abordou formas de melhorar a cooperação comercial e económica entre os dois países ao abrigo do protocolo conjunto sobre áreas industriais qualificadas [QIZ, na sigla em inglês], a fim de aumentar a capacidade de exportação durante a próxima fase, especialmente à luz de superar as repercussões das condições globais atuais", pode ler-se numa declaração divulgada hoje pelo Ministério da Indústria do Egito, citada pelas agências internacionais.
As ministras egípcias do Planeamento Económico, Hala al Said, e do Comércio e Indústria, Nevine Gamea, encontraram-se com a titular da pasta de Economia e Indústria israelita, Orna Barbivai, que está de visita ao Cairo, tendo discutido também "os quadros de cooperação entre os dois países para ativar o comércio e o potencial de investimento", segundo o comunicado.
Por seu lado, Barbivai salientou que estas ações estabeleceram o objetivo de duplicar o comércio bilateral para cerca de 700 milhões de dólares (629 milhões de euros) dentro de três anos e afirmou que o "dever" do Estado hebreu é "facilitar significativamente a condução dos negócios para o permitir", segundo uma declaração do Ministério da Economia israelita.
A Administração do Comércio Externo do Ministério da Economia e Indústria explicou que o acordo QIZ, assinado entre Telavive e Cairo em 2004, concede uma isenção aduaneira à entrada no mercado norte-americano para produtos egípcios fabricados em áreas industriais definidas em cooperação com os industriais israelitas.
As empresas nas 14 áreas QIZ que operam em Alexandria, Porto Said e Alto Egito efetuam exportações para o mercado dos Estados Unidos com isenção total de direitos na ordem dos mil milhões de dólares (900 milhões de euros) por ano.
A crise económica no Egito foi agravada pela guerra na Ucrânia, que obrigou o Governo egípcio a proibir a exportação de muitos produtos, incluindo o trigo, numa altura em que os preços subiram acentuadamente no país, após uma queda de quase 15% da moeda local em relação ao dólar.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Egito compra trigo à Índia para compensar quebra de fornecimento
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com