Marrocos pede à Europa para apoiar autonomia para Saara como fez Espanha
O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Naser Burita, pediu hoje aos países europeus para seguirem o exemplo de Espanha e apoiarem o plano de autonomia de Marrocos como solução para o conflito no Saara Ocidental.
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Mundo Marrocos
"A autonomia para o Saara é a única solução apoiada por Washington, França e países africanos, e recentemente Espanha e Alemanha", assinalou hoje Burita, durante uma conferência de imprensa com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
O ministro marroquino espera que a posição de Espanha "não fique isolada" e acrescentou que chegou o momento para a Europa "sair da sua zona de conforto" e apoiar a proposta marroquina de autonomia para o Saara Ocidental, sob soberania marroquina.
Para Burita, há uma diferença entre apoiar o processo ou apoiar uma dinâmica que poderia demorar décadas.
O chefe da diplomacia marroquina elogiou a carta do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que escreveu ao rei Mohammed VI de Marrocos em 18 de março, na qual, entre outras coisas, afirmou que o plano de autonomia para o Saara, apresentado em 2007, é "a base mais séria, realista e credível" para a resolução da crise, em conformidade com a tese de Rabat.
Por seu lado, o secretário de Estado norte-americano elogiou hoje em Rabat a iniciativa marroquina de autonomia e descreveu-a como "séria, realista e credível", considerando-a ao mesmo tempo como "uma abordagem potencial para satisfazer as aspirações do povo do Saara Ocidental".
Além disso, acrescentou que Washington apoia os esforços do enviado pessoal do secretário-geral da ONU, Staffan de Mistura, na condução do processo político para a antiga colónia espanhola, sob os auspícios da ONU.
A disputa do Saara Ocidental começou em 1975, quando Marrocos anexou o território, aproveitando um processo de descolonização iniciado por Espanha e a fragilidade de Madrid, na sequência da ditadura de Francisco Franco.
A Frente Polisário proclamou unilateralmente a República Árabe Saaraui Democrática nos campos de refugiados sarauís em Tinduf (Argélia) e declarou guerra a Marrocos, exigindo um referendo sobre a autodeterminação a que Rabat se opõe.
As Nações Unidas aprovaram numerosas resoluções sobre este conflito desde o seu início, a última das quais em outubro passado, que apela a "uma solução realista, viável e duradoura, aceitável para as partes".
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