Guterres espera "boa vontade" de ambos os lados nas negociações
O responsável sublinhou ainda que a Agência Internacional de Energia Atómica está a trabalhar no sentido de garantir a segurança das centrais nucleares em solo ucraniano.
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Mundo Ucrânia/Rússia
António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), apelou esta segunda-feira à "boa vontade" por parte das delegações russa e ucraniana durante as negociações para um possível cessar-fogo do conflito, a terem lugar na terça-feira.
"Espero que haja boa vontade de ambos os lados para que este cessar-fogo aconteça", apontou, em declarações aos jornalistas.
“Este é o momento em que faz sentido que a ONU tome iniciativa. Mas, claro, o estabelecimento de um cessar-fogo depende da vontade de ambos os lados”, assim como os acordos que permitam que esse cessar-fogo perdure, complementou.
O responsável revelou também ter estado em contacto com o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, que implementará "um grande número de iniciativas importantes nos próximos dias", de forma a garantir a segurança das centrais nucleares na Ucrânia.
“Grossi está também em contacto com as autoridades ucranianas e russas, tendo todo o meu apoio nas suas decisões destes últimos dias”, disse, reiterando que qualquer ataque nuclear deverá ser evitado.
Recorde-se que Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, anunciou esta segunda-feira que a delegação russa só deveria chegar à Turquia hoje, pelo que as negociações de paz, acordadas para esta segunda-feira, apenas teriam início na terça-feira. Entretanto, a agência de notícias privada turca DHA informou que o avião do governo russo já aterrou no aeroporto de Istambul.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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