O tribunal especial Audiência Nacional, responsável pelas extradições, explicou hoje em comunicado ter suspendido a extradição do ex-militar porque este último "apresentou um recurso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem".
Esta suspensão vem na sequência da luz verde, dada em dezembro passado pela Audiência Nacional, para a extradição de Hugo Carvajal para os Estados Unidos onde deve responder sobre suspeitas de tráfico de droga.
Chefe dos serviços secretos militares durante a Presidência do falecido Hugo Chávez, Hugo Carvajal foi detido pela primeira vez em abril de 2019 pela polícia espanhola, mas a justiça recusou então a sua extradição, com o argumento de que o pedido dos Estados Unidos tinha motivações políticas.
Após um recurso do ministério público, a Audiência Nacional reverteu finalmente a sua decisão em novembro de 2019 e deu luz verde à extradição do antigo chefe dos serviços secretos venezuelanos, alcunhado "El Pollo" (O Frango), mas, entretanto, Carvajal tinha fugido.
Foi novamente detido a 09 de setembro de 2021 em Madrid, após dois anos de perseguição, durante os quais se submeteu a várias cirurgias plásticas para alterar a fisionomia e adquiriu o hábito de usar bigodes falsos e perucas, segundo a polícia.
Indiciado por tráfico de drogas em 2011 por um procurador de Nova Iorque, "El Pollo" é acusado de envolvimento na importação de cocaína para os Estados Unidos, incluindo um carregamento de 5,6 toneladas transportado da Venezuela para o México em 2006.
O suspeito pode vir a ser condenado nos Estados Unidos a uma pena de entre dez anos a prisão perpétua.
O antigo general foi afastado do exército venezuelano por decisão do chefe de Estado, Nicolás Maduro, por ter reconhecido, no início de 2019, o opositor e Presidente autoproclamado Juan Guaidó.
Carvajal fugiu na altura da Venezuela, por mar, até à República Dominicana e daí para Espanha.
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