Sobe para 48 o número de mortos em duplo atentado na Somália

As autoridades da Somália elevaram hoje para 48 o número de mortos num duplo ataque do grupo extremista Al-Shabab na cidade de Beledweyne, no centro do país, depois de um balanço inicial apontar para 28 vítimas mortais.

Número de mortos em duplo atentado no centro da Somália sobe para 48

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Lusa
24/03/2022 17:03 ‧ 24/03/2022 por Lusa

Mundo

Somália

"Podemos confirmar, por agora, que 48 pessoas foram mortas e 108 ficaram feridas nas duas explosões", disse o governador do estado de Hirshabelle, Ali Gudlawe Hussein, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Na quarta-feira à noite foi noticiado um duplo ataque do grupo jihadista Al-Shabab na cidade de Beledweyne, horas depois de outro ataque ao aeroporto da capital, Mogadíscio, encarada como a cidade mais segura deste país africano situado na conturbada região do Corno de África.

"Instamos os cidadãos a serem muito vigilantes, ordenamos a todas as agências de segurança que aumentem a segurança", anunciou Hussein.

O grupo Al-Shabab reivindicou a responsabilidade pelos ataques.

O primeiro ataque ocorreu junto à base militar de Lamagalaay, um local altamente vigiado onde estava a decorrer a votação para a Câmara Baixa do Parlamento da Somália.

No segundo ataque, um carro-bomba explodiu num hotel próximo, onde estavam hospedados políticos locais e autoridades eleitorais.

Entre os mortos está a deputada Amina Mohamed, que estava nesta zona num ato campanha eleitoral para manter o seu lugar no Parlamento nas eleições legislativas em curso.

O Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo, enviou as suas "mais profundas condolências" à família do deputado e "toda a nação somali".

A embaixadora da União Europeia (UE) no país africano, Tiina Intelmann, afirmou hoje na sua conta da rede social Twitter que "a violência não é um caminho a seguir na Somália", condenou "o terrorismo e os homicídios", e enviou "condolências à família da deputada Amina Mohamed".

Um ex-deputado, Ali Abdi Dhuhul, que fazia campanha para as eleições, também foi morto nestes ataques, enquanto o ex-ministro da Educação da Somália, Abdirahman Dahir Osman, ficou ferido.

Estes ataques ocorreram horas depois de um ataque contra o complexo que abriga, entre outros, os escritórios da ONU em Mogadíscio e que causou pelo menos oito mortos e 11 feridos.

Em 15 de março, a Somália falhou um segundo prazo para completar as eleições para a Câmara Baixa, por causa de tensões políticas, rixas entre clãs e alegadas irregularidades.

Em janeiro, o primeiro-ministro somali, Mohamed Hussein Roble, e os presidentes dos cinco estados federais do país concordaram em completar o processo eleitoral até 25 de fevereiro, um compromisso que não cumpriram.

A conclusão das eleições parlamentares é um marco essencial para a realização das eleições presidenciais, que foram adiadas várias vezes desde 2021, apesar de o mandato do Presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed Farmaajo, ter expirado nesse ano.

O adiamento sistemático das eleições - que são apoiadas pela comunidade internacional, e contra a vontade do Al-Shabab - é considerado como uma distração para os problemas essenciais do país, como a luta contra o terrorismo.

O grupo que reivindicou o ataque controla as áreas rurais no centro e sul do país e quer estabelecer um Estado islâmico 'wahhabi' (ultraconservador) na Somália.

A Somália tem estado num caos desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, que deixou o país sem um governo eficaz e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas, como o Al-Shabab.

Leia Também: Somália. Primeiro-ministro presta condolências a família de deputada

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