Mali. Morreu o antigo primeiro-ministro Soumeylou Maiga, que estava preso
O antigo primeiro-ministro do Mali Soumeylou Boubeye Maiga morreu hoje aos 67 anos, em Bamaco, onde estava detido por causa de um alegado caso de fraude, anunciaram familiares.
© Reuters
Mundo Óbito
Maiga morreu de manhã numa clínica de Bamaco, rodeada por guardas, disse um elemento da família à agência France-Presse.
Soumeylou Boubèye Maiga, um destacado político maliano, foi entre 2017 e 2019 o primeiro-ministro do Presidente Ibrahim Boubacar Keita, que chegou ao poder em 2013, tendo sido derrubado em agosto de 2020 por um golpe militar e que morreu depois em janeiro passado.
Maiga foi anteriormente ministro dos Negócios Estrangeiros, ministro da Defesa e chefe dos serviços de informação.
Desde agosto de 2021 que o antigo primeiro-ministro estava detido na prisão central em Bamaco. Foi transferido em dezembro para a clínica, onde morreu hoje.
Tinha sido preso após ser acusado de "falsificação, uso de falsificação e favoritismo" no contexto de uma investigação sobre a compra de equipamento militar e a aquisição de um avião presidencial em 2014, quando era ministro da Defesa.
A compra deste avião foi identificada pelo Gabinete do Auditor Geral (OAG), uma autoridade maliense independente, que tinha denunciado práticas de sobrefaturação, desvio de fundos públicos, fraude, tráfico de influências e favoritismo.
Nomeado primeiro-ministro em 2017, Maiga foi forçado a demitir-se após o massacre de cerca de 160 civis Fulani, em abril de 2019, em Ogossagou (centro), por alegados caçadores Dogon, e após uma série de manifestações que denunciaram a má gestão do país.
Depois da sua saúde se ter deteriorado, os médicos solicitaram que fosse transferido para tratamento. Em 02 de março, a sua mulher escreveu ao chefe da junta do Mali, o coronel Assimi Goita, numa carta aberta.
Os médicos "notaram a gravidade do seu estado e concluíram que é imperativo que ele seja transferido para o estrangeiro", disse a sua família numa declaração, em dezembro.
O antigo primeiro-ministro era o líder de um partido, ASMA-CFP (Alliance for Solidarity in Mali - Convergence of Patriotic Forces).
O coronel Assimi Goita comprometeu-se a entregar o poder aos civis após as eleições, cuja data ainda não foi fixada.
O regresso dos civis ao poder no Mali é uma fonte de contenda com os Estados da África Ocidental, que em janeiro sancionaram a junta por revogar a sua promessa inicial de realizar eleições em fevereiro.
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