O presidente russo, Vladimir Putin, reuniu esta sexta-feira milhares de russos num estádio em Moscovo para assinalar o 8.º aniversário da anexação da Crimeia. Enquanto o líder russo elogiava o "sucesso" da "operação especial" na Ucrânia, os presentes na comemoração agitavam bandeiras, não só do país como também com a letra 'Z', que começou a ser vista nos veículos militares russos no início da invasão.

A letra 'Z', diz a agência Reuters, tornou-se um símbolo de apoio à invasão da Ucrânia - que os russos dizem ser "operação militar especial" - pela Rússia.

O presidente russo fez referência ao "destino compartilhado" da Rússia e da Crimeia e elogiou a população desta península por ter votado a favor num referendo para fazer parte da Rússia (realizado em março de 2014). 

They’re flying Z flags along with the national flag in Moscow today pic.twitter.com/XT8uHfquM5

— Jack Posobiec 🇺🇸 (@JackPosobiec) March 18, 2022

[Notícia em atualização]

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Vladimir Putin disse no seu discurso, perante milhares de russos, que os objetivos do Kremlin vão prevalecer sobre a Ucrânia. 

“Sabemos o que precisamos fazer, como fazer e a que custo. E vamos cumprir absolutamente todos os nossos planos”, disse Putin no Estádio Luzhniki, em Moscovo, indicando que os soldados russos mostraram a união da Rússia. 

“Ombro a ombro, eles [soldados russos] ajudam-se, apoiam-se e, quando necessário, protegem-se das balas com os seus corpos como irmãos. Essa união não tínhamos há muito tempo”, acrescentou o  antigo espião do KGB, a célebre agência de serviços secretos soviética.

Enquanto falava, a televisão estatal interrompeu brevemente o discurso para mostrar imagens pré-gravadas de canções patrióticas. Só depois, o chefe do Kremlin apareceu na televisão estatal.

Transmission of Putin’s speech suddenly cuts. Funny business with Russian TV. Kremlin can’t help itself. pic.twitter.com/VrT9SMOonO

— Kevin Rothrock (@KevinRothrock) March 18, 2022

A agência de notícias RIA, citando o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que a interrupção se deveu a uma falha técnica num servidor. 

A Rússia "teve de se defender contra o genocídio"

O presidente russo voltou ainda a defender que a Rússia teve de intervir na Ucrânia porque os EUA estavam a usar a Ucrânia para ameaçar o país.

Putin afirma que a Rússia "teve de se defender contra o genocídio de pessoas de língua russa" na Ucrânia. 

"Por um mundo sem nazismo”, “Para nosso presidente” e a letra 'Z' foram os slogans destacados no estádio onde o ex-espião do serviço secreto soviético discursou. 

A Rússia lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia, a que apelidou de "operação militar especial", sob pretexto de querer "desnazificar" o país. 

Desde então, de acordo com o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, 816 civis morreram (109 dos quais crianças) e 1.333 foram feridas desde o início da invasão iniciada na madrugada de 24 de fevereiro. 

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