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Jornalista russa interrogada por 14 horas está "extremamente" preocupada

Depois de interrogada durante 14 horas foi mesmo presente a tribunal e multada. Agora, diz-se preocupada com a própria segurança.

A jornalista russa que desafiou a propaganda do Kremlin com um cartaz em direto na televisão estatal a alertar para a guerra na Ucrânia, já foi libertada. Marina Ovsyannikova foi mesmo presente a tribunal, horas depois da detenção, e falou mais tarde aos jornalistas.

"Foram dias complicados, porque fiquei dois dias sem dormir. O interrogatório durou mais de 14 horas. Não me deixaram contactar os meus familiares, nem me foi dado nenhum apoio jurídico", explicou, na terça-feira, à porta do Tribunal Distrital de Ostankinsky. Ao pescoço, envergava um colar com as cores da Ucrânia. 

A jornalista russa - que é filha de pai ucraniano - referiu que, após a detenção, as autoridades recusaram-se a  disponibilizar-lhe um representante legal. 

Já esta quarta-feira, Marina disse à Reuters que estava preocupada com a sua segurança e esperava que o seu protesto abrisse os olhos dos russos à propaganda. Na sua primeira entrevista desde o protesto, disse que não tinha planos de fugir da Rússia e que esperava não enfrentar acusações criminais.

"Acredito no que fiz, mas agora compreendo a dimensão dos problemas com que terei de lidar, e, claro, estou extremamente preocupada com a minha segurança", disse Ovsyannikova, editora do Channel One, à Reuters.

Referiu ainda que queria não só protestar contra a guerra, mas também enviar uma mensagem diretamente aos russos: "Não sejam tais zombies; não ouçam esta propaganda; aprendam a analisar informação; aprendam a encontrar outras fontes de informação - não apenas a televisão estatal russa".

Foi-lhe aplicada uma multa de 30 mil rublos (o equivalente a 238 euros), tendo em conta a desvalorização da moeda russa. Esta segunda feira à noite, a mulher interrompeu um direto com um cartaz que dizia: "Não acredite na propaganda, eles estão a mentir. Russos contra a guerra.". O vídeo foi amplamente divulgado na Rússia através da rede social Telegram. 

Milhares de russos já foram detidos por se manifestarem no país e os meios de comunicações social têm regras restritas para se referir à invasão de Putin.

Leia Também: Tropas russas sequestram mais um autarca ucraniano

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