A invasão russa da Ucrânia relançou as questões em torno da nomeação de Evgeny, que também tem a cidadania britânica, para a Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, que tem efeito vitalício.
As questões incidem em particular na participação, em abril de 2018, de Boris Johnson, então ministro dos Negócios Estrangeiros, em uma festa em uma quinta de Evgeny, em Itália, sem medidas de segurança.
Em artigo publicado hoje no diário gratuito Evening Standard, do qual é proprietário, Evgeny não comentou, porém, as acusações segundo as quais Boris Johnson teria favorecido a sua nomeação para a Câmara dos Lordes, apesar das reservas dos serviços de informações.
O empresário russo-britânico, "Barão Lebedev, de Hampton, no bairro de Richmond, em Londres, sobre o Tamisa, e da Sibéria, na Federação Russa", segundo o seu título na Câmara dos Lordes, afirmou no texto que é alguém "orgulhoso" de ser cidadão britânico e que se considera em casa no Reino Unido.
"Atualmente, são numerosos os que têm raízes russas e estão sob escrutínio, eu incluído", escreveu. "É inevitável quando acontecimentos de tal magnitude se desenrolam e que a ordem do mundo como a conhecíamos nas últimas décadas desaba de repente", acrescentou.
"Mas eu não sou um risco para a segurança deste país, que amo", garantiu, avançando eu se o seu pai foi um agente do KGB, já ele "não é agente da Rússia".
Em demonstração do seu argumento invocou a cobertura da invasão russa da Ucrânia pelo seu jornal, que na semana passada apelou a Vladimir Putin para que retirasse as tropas.
Na ocasião, defendeu também o seu pai Alexandre, crítico do Kremlin e que lutou contra a corrupção, garantindo que a sua família defende desde há muito a liberdade de imprensa.
Boris Johnson, sob pressão para revelar a dimensão dos financiamentos russos ao seu Partido Conservador, sancionou sete oligarcas próximos de Putin, entre os quais o proprietário do clube de futebol Chelsea, Roman Abramovich.
Ter um nome ou a nacionalidade russa "não torna automaticamente qualquer um em inimigo do Estado" britânico, declarou Evgeny Lebedev, para quem "é crucial não cair na russofobia".
Leia Também: 15.º dia. Zelensky quer mais empenho, Putin vê progressos nas negociações