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RCA. Dezenas de militares afastados por deserção e assaltos à mão armada

Dezenas de militares foram dispensados do exército da República Centro-Africana por deserção, atentado contra a segurança do Estado e assaltos à mão armada, entre outros crimes, anunciou hoje o porta-voz da Presidência.

RCA. Dezenas de militares afastados por deserção e assaltos à mão armada
Notícias ao Minuto

16:30 - 09/03/22 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

"Não é a primeira vez que tomamos este tipo de decisão (...), hoje estamos num período sensível e as regras são rigorosas", disse à agência France-Presse Albert Yaloké Mokpeme.

Este anúncio ocorre após as Nações Unidas, a França e os Estados Unidos acusarem várias vezes o exército centro-africano e os seus aliados, paramilitares russos, de cometer crimes e abusos contra civis nos seus combates contra os rebeldes e outros grupos armados.

No total, 74 nomes de militares centro-africanos colocados em diferentes cidades do país constam de um documento oficial do Ministério da Defesa e lido na rádio há uma semana.

Os militares referidos são afastados por, entre outros, deserção, atentado contra a segurança do Estado, evasão e assalto à mão armada.

A República Centro-Africana vive uma situação de violência sistémica desde 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana - a Séléka -- tomou Bangui e derrubou o Presidente François Bozizé, desencadeando uma guerra civil.

Como resistência contra os ataques de Séléka, foram criadas milícias cristãs anti-Balaka, que, tal como o primeiro grupo, acabaram por se dividir em várias fações armadas.

Dois terços do país - rico em diamantes, urânio e ouro -- chegaram a ser controlados por milícias e, segundo a ONU, cerca de 692.000 pessoas fugiram das suas casas por causa da violência.

Após uma rebelião há mais de um ano, o Presidente da RCA, Faustin Archange Touadéra, pediu a Moscovo para apoiar o seu exército, pobre e mal treinado, ao que a Rússia respondeu enviando centenas de paramilitares russos, que se juntaram a muitos outros, no terreno há três anos.

A ONU diz tratar-se de combatentes da sociedade privada russa de segurança Wagner, enquanto Moscovo assegura tratar-se de "instrutores não armados".

As forças armadas centro-africanas e os seus aliados russos recuperaram a maior parte do território, empurrando os rebeldes e outros grupos armados para fora das cidades e dos seus principais bastiões.

No entanto, segundo a ONU, estes avanços custaram ao país numerosas violações de direitos humanos, enquanto a França e os Estados Unidos falam em "massacres" e "execuções" de civis.

Os grupos armados continuam a realizar ações furtivas de guerrilha contra as forças de segurança e são também acusadas pela ONU de crimes contra os civis.

Já este mês, a revista African Report noticiou que os mercenários russos que estavam em Bamako, capital do Mali, e em Bangui, na República Centro-Africana, foram enviados para combater na Ucrânia.

O grupo russo Wagner, que é financiado por Yevgeny Prigozhin, um amigo de Putin, tem mais de 2.000 homens na RCA, divididos entre Bangui, Berengo e a parte interior do país.

Portugal está presente na RCA, com 191 militares integrados na missão das Nações Unidas e outros 26 militares no âmbito da missão da União Europeia (EUTM-RCA) de formação e aconselhamento das forças de segurança e defesa.

Leia Também: RCA. Ministério Público arquiva investigações contra 4 'capacetes azuis'

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