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Mariupol sem água nem comida. Pessoas são enterradas em vala comum

Autarca diz que as forças russas dispararam sobre o corredor humanitário, minaram os caminhos e colocaram um check-point na saída.

Mariupol sem água nem comida. Pessoas são enterradas em vala comum
Notícias ao Minuto

15:05 - 09/03/22 por Marta Amorim com Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

A situação em Mariupol complica-se. Cercada há uma semana pelas forças russas, a cidade está agora sem acesso a água, eletricidade ou gás.

Sergiy Orlov fala num cenário de "genocídio" na cidade que conta já com 1170 mortos, sendo que 47 pessoas foram hoje enterradas numa vala comum. Sem acesso a alimentos ou água, muitos na cidade comem “neve”.

Com as morgues sobrelotadas e muitos cadáveres por recolher nas casas, foi escavada uma vala funda com cerca de 25 metros de comprimento num dos mais antigos cemitérios do centro da cidade. Os assistentes sociais apareceram hoje transportando 30 corpos envoltos em tapetes ou sacos, e na terça-feira, levaram outros 40.

Entre os mortos enterrados nas valas comuns, há vítimas civis dos bombardeamentos à cidade, bem como alguns soldados. Funcionários dos serviços sociais municipais têm também ido recolher cadáveres em casas de habitantes da cidade, incluindo de alguns civis que morreram de doença ou causas naturais. Não houve qualquer cerimónia, nem familiares a despedir-se.

As pessoas aquecem-se  com “fogueiras”, descreveu aos jornalistas esta manhã o autarca de Mariupol, descrevendo a situação como "medieval".

Sergiy Orlov diz que “Putin quer uma Ucrânia sem ucranianos, é genocídio puro. É um crime de guerra, estão a atacar-nos com aviões, com múltiplos ataques de míssil”.

O autarca diz, citado pelo The Guardian, que as forças russas dispararam sobre o corredor humanitário, minaram os caminhos e colocaram um check-point na saída. “Há 200 mil pessoas desesperadas para sair, só dois ou três mil conseguiram em autocarros municipais. Os outros foram destruídos", diz, acrescentando que  os soldados russos também dispararam sobre carros privados que tentaram sair da cidade, fazendo-os recuar. 

“A Rússia continua a fazer refém mais de 400 mil pessoas em Mariupol, a bloquear a ajuda humanitária e a evacuação. O bombardeamento indiscriminado continua”, lê-se no tweet de Dmytro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia.

Segundo o ministro, “quase três mil recém-nascidos” não têm acesso a medicamentos e comida. Kuleba pede ainda “ao mundo” para agir. “Obriguem a Rússia a parar a guerra bárbara contra civis e bebés.”

A cidade tem agora provisões para três dias até que os seus habitantes comecem a passar fome, disse hoje um deputado ucraniano. Dmitro Gurin, um parlamentar cujos pais continuam em Mariupol, descreveu em declarações à estação pública britânica BBC uma situação humanitária muito precária.

Foi também em Mariupol que morreu um bebé de 18 meses, vítima de bombardeamentos, bem como uma menina de 6 anos, vítima de desidratação.

Leia Também: Relatos de violações na Ucrânia. Nações Unidas alertam para exploração

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