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Há novos "riscos" de desigualdades regionais na UE

A presidente da Fundação Europeia de Estudos Progressivos, Maria João Rodrigues, disse hoje que há novos riscos de desigualdades regionais na Europa e que regiões e municípios devem continuar a exigir "uma verdadeira política de coesão europeia".

Há novos "riscos" de desigualdades regionais na UE
Notícias ao Minuto

09:49 - 04/03/22 por Lusa

Mundo Maria João Rodrigues

Segundo Maria João Rodrigues, que falava à Lusa em Marselha, França, à margem da 9.ª Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios, a designada "transição verde e digital" pode fazer aumentar as desigualdades regionais, num alerta que disse ser também para Portugal.

"Estamos já a verificar que há regiões que estão a descolar em termos económicos, em termos de prosperidade, porque estão mais avançadas na transição digital e energética e, portanto, é muito importante que as regiões se encontrem aqui e exijam uma verdadeira política de coesão europeia para contrariar esse risco de aumento das desigualdades regionais", afirmou.

Esta cimeira de Marselha, organizada pelo Comité das Regiões Europeu, foi pensada e organizada antes da invasão russa da Ucrânia, na semana passada, e a previsão, realçou, era ser "um grande encontro dos eleitos" a nível regional e local, "uma enorme coletividade", com mais de um milhão de pessoas, e um nível de poder "muito importante do sistema democrático" da União Europeia (UE).

"À partida estava preparado para se centrar no pós-covid e em tudo o que é recuperação do pós-covid e, portanto, no sentido de formatar o que deve ser a transição ecológica, energética, digital, que vai exigir mobilização de todos os instrumentos financeiros que a Europa criou nesta situação excecional. Era isso que estava previsto nesta cimeira. A meu ver, tem de continuar a ser discutido porque nessa transição verde e digital as desigualdades regionais podem aumentar", reforçou.

A guerra na Ucrânia veio acrescentar, para a ex-eurodeputada e antiga ministra do Emprego, a perceção de que é necessária "uma política europeia mais forte" na frente energética, industrial e da coesão social, "com apoio aos refugiados" e "a criação de serviços sociais mais eficazes".

"Tudo isso hoje é necessário não só para reduzir as divergências na Europa, mas para dotar a Europa de mais autonomia estratégica face a potências agressivas como a Rússia. Ou seja, há hoje uma tomada de consciência de que precisamos de políticas europeias mais fortes não só por razoes económicas e sociais, mas por razoes geopolíticas, para defender a soberania democrática europeia" afirmou.

A 9.ª Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios termina hoje e é organizada pelo Comité das Regiões Europeu, a assembleia da UE dos representantes regionais e locais dos Estados-membros.

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