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Transgénero curda morta pelo irmão escondia-se da família após ameaças

A jovem de 23 anos trabalhava como maquilhadora e sustentava-se sozinha desde que a sua família a rejeitou, quando era adolescente.

Transgénero curda morta pelo irmão escondia-se da família após ameaças
Notícias ao Minuto

13:03 - 22/02/22 por Notícias ao Minuto

Mundo LGBTQ+

Doski Azad, a mulher curda transgénero morta a tiro pelo seu irmão em janeiro, vivia escondida da família após repetidas ameaças de morte por parte dos membros masculinos, disseram os amigos, citados pelo The Guardian

Azad mudava constantemente de casa, de forma a não ser descoberta pelos familiares. Há três semanas, o seu corpo foi encontrado abandonado numa vala fora da cidade de Duhok, na região autónoma iraquiana do Curdistão.

Tinha as mãos amarradas e tinha sido baleada duas vezes. A polícia emitiu um mandado de captura para o seu irmão, que se crê ter viajado da Alemanha para a matar.

A jovem de 23 anos, trabalhava como maquilhadora e sustentava-se sozinha desde que a sua família a rejeitou, quando era adolescente. 

"Ela vivia sozinha porque quando foi para casa da família, disseram-lhe, 'Vai-te embora'", revela uma amiga que pede anonimato. "Disseram: 'Quando te virmos sozinha, matamos-te'".

Segundo a polícia, Azad foi morta por um dos seus irmãos no que foi descrito como um "homicídio de honra". A polícia foi chamada à aldeia de Mangesh, a 20 quilómetros a norte de Duhok, no Iraque. Segundo o site de notícias curdo Rudaw, o assassino já tinha regressado à Alemanha.

"A nossa investigação até agora sugere que Doski Azad foi morta pelo seu irmão num local mesmo à saída da cidade, antes de ter conseguido fugir", disse o porta-voz da polícia de Duhok, Hemin Suleiman.

Yeksani, um grupo de direitos curdos, disse: "O crime de ódio contra a comunidade LGBT+ na região do Curdistão está a aumentar". O director do grupo, Zhiar Ali, disse que Azad era uma das poucas mulheres abertamente transgénero no Curdistão.

Rasha Younes, investigadora da Human Rights Watch, disse que o assassinato assinalou o "clima de impunidade" proporcionado aos perpetradores de violência anti-LGBTQ+, ao abrigo do código penal iraquiano.

"Isto tem um efeito arrepiante sobre os LGBT iraquianos, para quem a lei não oferece proteção, tornando qualquer 'suspeita' de homossexualidade ou variação de género uma causa de potencial violência, que não só resulta na morte de pessoas LGBT como torna as suas vidas inviáveis", disse ainda.

Os consulados dos EUA, França e Alemanha em Erbil condenaram o assassinato no Twitter. 

Leia Também: Só em 2021, 140 pessoas transgénero foram assassinadas no Brasil 

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