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Irão vê acordo "mais perto que nunca", França alerta para "crise séria"

O Irão tem apenas dias para chegar a um acordo sobre o seu programa nuclear ou desencadear uma "crise séria" de proliferação, alertou na quarta-feira a França, enquanto Teerão assegurou que um compromisso está "mais perto do que nunca".

Irão vê acordo "mais perto que nunca", França alerta para "crise séria"
Notícias ao Minuto

06:22 - 17/02/22 por Lusa

Mundo Nuclear

"Após semanas de conversas intensas, estamos mais perto do que nunca de um acordo. No entanto, nada é final até que tudo esteja acordado", realçou o negociador iraniano Ali Bagheri, através da rede social Twitter.

"Os nossos parceiros de negociação devem ser realistas, evitar a intransigência e ter em conta as lições dos últimos quatro anos. É hora de se tomarem decisões sérias", acrescentou.

O Irão tinha referido, também na quarta-feira, querer uma "declaração política" do Congresso norte-americano na qual os Estados Unidos se comprometam a regressar ao acordo sobre o seu programa nuclear e a pô-lo em prática.

Nas conversações de Viena para salvar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, Teerão exigiu garantias sólidas de que um futuro governo norte-americano não se retirará de um eventual acordo, como fez em 2018 o governo do então Presidente Donald Trump.

"Por uma questão de princípio, a opinião pública do Irão não pode aceitar como garantia as afirmações de um chefe de Estado, e ainda menos do dos Estados Unidos, devido à retirada dos norte-americanos" do acordo, em 2018, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, segundo uma cópia da entrevista que concedeu ao jornal Financial Times hoje divulgada na página da internet do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O chefe da diplomacia iraniana revelou ter pedido aos negociadores iranianos que proponham às partes ocidentais que "pelo menos os seus parlamentos ou os respetivos presidentes, incluindo o Congresso norte-americano, proclamem sob a forma de uma declaração política o seu compromisso com o acordo e o regresso à sua aplicação".

Por outro lado, o chefe da diplomacia francesa considerou que 'a bola' está do lado dos iranianos.

"Quanto mais avançamos, mais o Irão acelera os seus procedimentos nucleares e menos interesse há para as partes aderirem ao JCPOA (acordo de 2015). Chegamos agora ao ponto de inflexão", referiu Jean-Yves Le Drian.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês alertou que está "não é uma questão de semanas, é uma questão de dias", em declarações perante o Senado, onde sublinhou que um acordo está "próximo".

As negociações sobre o programa nuclear iraniano foram retomadas no final de novembro após vários meses de suspensão. Os Estados Unidos foram indiretamente convidados pela primeira vez desde a chegada à Casa Branca de Joe Biden, que afirma querer que Washington volte a fazer parte do acordo.

Para Jean-Yves Le Drian, o Irão tem uma "escolha muito clara".

"Ou desencadeiam uma crise séria nos próximos dias (...) ou aceitam o acordo que respeita os interesses de todas as partes, e particularmente os interesses do Irão", vincou.

O acordo oferece alívio às sanções sobre Teerão em troca de restrições ao seu programa nuclear, mas os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente das negociações em 2018 durante a administração de Trump, repondo, ao mesmo tempo, pesadas sanções económicas ao Irão, que começou a não respeitar os seus compromissos.

Um ano após a retirada dos EUA, Teerão começou a violar os limites impostos ao seu programa nuclear e a acumular mais urânio do que o permitido e acima da pureza máxima de 3,67%.

Quer a Europa, quer os Estados Unidos, têm insistido nos últimos tempos que a negociação está a chegar a um limite, devido à velocidade com que o Irão está a acelerar o seu programa nuclear.

DMC (ANC) //RBF

Lusa/Fim

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