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Sintomas de 'long covid' podem estar associados ao nervo vago

Alguns dos sintomas relacionados com a 'long covid' podem estar associados aos efeitos do coronavírus SARS-Cov-2 no nervo vago, um dos nervos multifuncionais mais importantes do corpo, revela um estudo piloto que será apresentado em Lisboa em abril.

Sintomas de 'long covid' podem estar associados ao nervo vago
Notícias ao Minuto

06:19 - 12/02/22 por Lusa

Lifestyle Covid-19

Um estudo piloto e observacional sobre este aspeto, liderado por Lourdes Mateu do Hospital Universitário Germans Trias i Pujol em Badalona, Espanha, e divulgado na sexta-feira, será apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, que se realiza em Lisboa entre 23 e 26 de abril.

O nervo vago, que se estende do cérebro ao tronco e atinge o coração, pulmões, intestinos e vários músculos, é responsável, entre muitas outras funções, pelo controlo da frequência cardíaca, da fala, do movimento dos alimentos pelos intestinos e sudorese.

Os autores sugerem que a disfunção do nervo vago (VND), motivada pelo SARS-CoV-2, pode explicar alguns sintomas da 'long covid', em que os infetados continuam a apresentar sintomas debilitantes graves por mais de seis meses.

Entre os sintomas 'long covid' estão a disfonia (problemas de voz), disfagia (dificuldade para engolir), tontura, taquicardia, pressão arterial baixa e diarreia.

As descobertas até agora "apontam para a disfunção do nervo vago como uma característica fisiopatológica central da covid-19 persistente", sublinharam os autores do estudo, em comunicado da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (SEMCEI).

"A maioria dos indivíduos com covid-19 persistente que apresentavam sintomas de disfunção do nervo vago apresentava uma série de alterações estruturais e/ou funcionais significativas e clinicamente relevantes no nervo vago, incluindo o seu espessamento, problemas de deglutição e sintomas de respiração prejudicada", pode ler-se.

A equipa de investigação realizou uma avaliação piloto abrangente ao nervo vago, através de exames de imagem e funcionais, em mais de 348 pacientes com 'long covid', dos quais 228 (66%) apresentavam pelo menos um sintoma sugestivo de VND.

O estudo, que está a decorrer e ainda a recrutar pacientes, começou com a análise das primeiras 22 pessoas com sintomas de VND (10% do total) atendidas na clínica para 'long covid', do Hospital Universitário Germans Trias i Pujol em Badalona, entre março e junho de 2021.

Do primeiro grupo, 20 (91%) eram mulheres com média de idade de 44 anos e os sintomas mais frequentes relacionados com o VND foram diarreia (73%), taquicardia (59%), tontura, disfagia e disfonia (45% cada um dos sintomas) e hipotensão ortostática (14%).

E 86% dos pacientes apresentaram pelo menos três sintomas relacionados com o VND e 27% apresentaram anormalidades do nervo vago no pescoço, incluindo espessamento e aumento da ecogenicidade, indicando alterações inflamatórias reativas leves.

Outros dados indicam que 46% apresentaram curvas diafragmáticas achatadas, o que se traduz em respiração anormal, e 63% tiveram redução das pressões inspiratórias máximas, o que demonstra fraqueza dos músculos respiratórios.

Uma avaliação da função gástrica e intestinal realizada em 19 pacientes revelou que oito (42%) apresentavam comprometimento da capacidade de transportar alimentos do esófago até o estômago.

Além disso, o refluxo gastroesofágico foi observado em 09 de 19 (47%) indivíduos, sendo que 04 destes 09 (44%) tiveram também dificuldade em levar comida para o estômago e 03 destes 09 (33%) sofreram uma hérnia hiatal.

O teste padrão para medir a função da voz registou anormalidades em 08 de 17 (47%) casos, sendo que 07 destes 08 (88%) apresentaram disfonia.

A covid-19 provocou pelo menos 5,78 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.442 pessoas e foram contabilizados 3.049.692 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Leia Também: Organização junta 17 países europeus para alertar para o "longo covid"

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