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Ativistas sudaneses pedem ajuda para orfanato onde morreram 54 crianças

Ativistas sudaneses apelaram hoje à ajuda para um orfanato negligenciado, gerido pelo Governo de Cartum, onde as autoridades locais afirmam terem morrido 54 crianças nos últimos três meses.

Ativistas sudaneses pedem ajuda para orfanato onde morreram 54 crianças
Notícias ao Minuto

17:58 - 10/02/22 por Lusa

Mundo Sudão

O elevado número de mortos, relatado no início da semana, causou indignação naquele país africano, devastado pela agitação e declínio económico desde que um golpe militar, em 25 outubro último, interrompeu o processo de transição para um regime democrático.

O orfanato em Cartum chegou a acolher mais de 320 crianças, incluindo 80 com deficiências, que uma declaração governamental descreveu como vivendo em "condições trágicas", por vezes com até 26 crianças num único quarto.

Os responsáveis do orfanato não deram quaisquer explicações sobre a causa das mortes.

Afkar Omar Moustafa, uma voluntária citada pela agência Associated Press, afirmou que a maioria das crianças morreu de subnutrição, mas também de várias doenças, muito por causa da escassez de pessoal e da prestação de serviços médicos.

"As crianças precisam de cuidados médicos especiais e de outros serviços, que atualmente não estão disponíveis", explicou. "O orfanato precisa de assistência rápida [...] para evitar uma catástrofe".

Um responsável do Ministério dos Assuntos Sociais, que supervisiona as instalações do orfanato, deu conta da necessidade urgente de financiamento sustentado, em face da diminuição drástica dos donativos nos últimos meses devido à deterioração das condições económicas em toda a região administrativa.

O mesmo funcionário, que falou sob condição de anonimato, informou que o Ministério Público abriu um inquérito e ordenou a realização de autópsias entre as crianças mortas.

De acordo com uma declaração militar divulgada hoje, o exército prestou ajuda alimentar e outra assistência ao orfanato, que não foi especificada.

O Sudão enfrenta há anos uma série de problemas económicos, incluindo a escassez generalizada de bens essenciais e o aumento dos preços do pão e outros produtos básicos.

Em 2020, o país iniciou um programa de reformas destinado a transformar a economia e a permitir o regresso à comunidade internacional, depois de mais de duas décadas de isolamento durante o domínio do autocrata Omar al-Bashir.

As dificuldades económicas voltaram a acelerar, porém, desde que os militares interromperam em outubro o processo de transição. Os governos ocidentais suspenderam a assistência económica após o golpe e os protestos continuados nas ruas desde então contra os governantes militares paralisaram o país.

Leia Também: Detidos dois dirigentes do bloco da oposição ao golpe de Estado no Sudão

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