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Republicanos contra censura a congressistas que investigam ataque

O líder da minoria republicana no Senado norte-americano, Mitch McConnell, está entre os críticos à censura aplicada pelo partido aos dois congressistas que integram a comissão de investigação da Câmara dos Representantes ao ataque ao Capitólio.

Republicanos contra censura a congressistas que investigam ataque
Notícias ao Minuto

06:25 - 09/02/22 por Lusa

Mundo Capitólio

Tal como o ex-presidente Donald Trump, que desvalorizou o ataque protagonizado por apoiantes seus ao Capitólio, ocorrido em 06 de janeiro de 2021 e que resultou em cinco mortos, também o Partido Republicano votou durante um congresso uma moção de censura contra Liz Cheney e Adam Kinzinger.

Estes dois republicanos fazem parte do painel que investiga não apenas a conduta de Trump em 06 de janeiro, quando este apelou à multidão para "lutar incessantemente" contra o resultado eleitoral, mas também os esforços do ex-presidente, meses antes, na contestação da derrota eleitoral face a Joe Biden ou na obstrução a uma transição pacífica de poder.

A resolução saída do Comité Nacional Republicano (CNR) acusa também a comissão de investigação de liderar uma "perseguição de cidadãos comuns envolvidos em discursos políticos legítimos".

Estas palavras provocaram indignação entre os democratas e uma firme reação por parte de vários senadores do Partido Republicano.

"Foi uma insurreição violenta com o objetivo de tentar impedir a transferência pacífica de poder, após uma eleição legitimamente certificada de um governo para o outro", defendeu Mitch McConnell na terça-feira.

O líder da minoria republicana no Senado garantiu ter confiança na presidente do Comité Nacional Republicano, Ronna McDaniel, Ronna McDaniel, mas questionou se o CNR este deve ou não 'isolar' membros que têm opiniões diferentes da maioria.

Este é também o mais recente conflito dentro do partido sobre temas que Mitch McConnell e outros republicanos consideram politicamente benéficos para serem abordados em ano de eleições intercalares, como a inflação, ao invés da invasão ao Capitólio e as alegações sem fundamento de fraude nas eleições presidenciais.

O senador republicano John Cornyn, do Texas, referiu na segunda-feira que se o CNR pretende que o partido unificado, aquelas ações "não foram uma ação unificadora".

Já o senador do Alabama, Richard Shelby, defendeu que o partido deve ser uma "grande tenda", enquanto o senador do Utah, Mitt Romney, tio de McDaniel, considerou que a censura "não poderia ter sido uma mensagem mais inadequada".

Na redação da moção de censura aos dois congressistas era referido o ataque ao Capitólio como um "discurso político legítimo", embora a líder do CNR tenha negado esta associação.

McDaniel explicou que aquela frase era relativa a outras ações tomadas pela comissão de investigação do ataque ao Capitólio, embora a redação não aponte essa distinção.

Um dos alvos da moção, Liz Cheney, realçou na segunda-feira que tem recebido "um enorme apoio" após a decisão do Partido Republicano.

"Acho que todos os norte-americanos que assistiram ao ataque sabem que foi realmente vergonhoso sugerir que o que aconteceu naquele dia pode ser um discurso político legítimo", sustentou.

Poucos republicanos defenderam abertamente a moção de censura aplicada pelo partido.

A deputada nova-iorquina Elise Stefanik, terceira republicana na Câmara dos Representantes, lembrou que o partido tem o direito de tomar qualquer ação e que, em última análise, são os eleitores que responsabilizam os políticos.

"Nós vamos ouvir o 'feedback' e as opiniões dos eleitores muito rapidamente, este ano", atirou.

Já o senador do Texas, Ted Cruz, considerou que o papel de Cheney e Kinzinger no painel de investigação "não ajuda".

Leia Também: Capitólio. Pence afirma que não podia ter anulado eleições presidenciais

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